A maior tragédia ambiental do País devastou ainda o distrito de Bento Rodrigues, além de causar um rastro de destruição ao longo da foz do rio Doce, inundado com a onda de lama de rejeito de mineração da barragem. A própria Samarco confirmou que os mandados judiciais estão sendo cumpridos, de acordo com informações da Agência Brasil. Ainda não foi confirmada a informação de que os escritórios da empresa no Espírito Santo também serão alvo da operação.
Segundo apurou a reportagem do UOL, o foco principal da operação é checar trocas de e-mails e conversas online entre diretores da Samarco. A Polícia Federal já indiciou a Samarco e suas controladoras, as mineradoras Vale e a anglo-australiana BHP Billiton. Também foram indiciadas outras sete pessoas, entre eles, funcionários da empresa, como o presidente licenciado da Samarco, Ricardo Vescovi de Aragão.
Por conta dos danos ambientais, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou a Samarco em R$ 250 milhões. O Ministério Público Estadual em Minas Gerais (MPMG) e no Espírito Santo (MPES), além do Ministério Público Federal (MPF) e do Trabalho (MPT) no Estado fecharam acordos com a mineradora, que se comprometeu a indenizar as vítimas, populações ribeirinhas afetadas e trabalhadores da empresa.
Em Minas, uma Força-tarefa do MPF também investiga o crime ambiental da mineradora. Nessa quinta-feira (4), foi divulgado um levantamento que avaliou “os efeitos e os desdobramentos tragédia”. O documento diz que a tragédia causou um prejuízo inicial de R$ 1,2 bilhão, atingindo 35 municípios em Minas e uma população estimada em 320 mil pessoas. No Espírito Santo, os reflexos da tragédia continuam, sobretudo, nos municípios que margeiam o rio Doce. Em Colatina, a empresa se esquiva da distribuição de água à população. A pluma de rejeitos de mineração também se desloca no mar próximo à costa capixaba.