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Poluição do ar em Anchieta cai dois terços com a paralisação da Samarco

Os dados são oficiais, publicados no site do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), mas o destaque e o alerta são da ONG Juntos SOS ES Ambiental: o volume de poluição do ar por partículas sedimentáveis registrado entre os meses de abril e agosto de 2017, na região de Anchieta, sul do Estado, foi equivalente a apenas 32,5% dos valores totais medidos no mesmo período de 2015, quando a Samarco/Vale-BHP ainda estava em operação, antes do rompimento da sua barragem de Fundão, em Mariana/MG, no dia cinco de novembro de 2015.

Os dados indicam que mais de dois terços da poluição do ar no município sede da empresa e no sul de Guarapari – estações Guanabara, Mãe Bá, Ubú, Belo Horizonte e Anchieta Centro, em Anchieta, e Meaípe  – são gerados pela mineradora e pelas atividades a ela correlatas, como maior fluxo de veículos, por exemplo. No total, em 2015, foram 142,4g/m², contra 46,28g/m² em 2017.

Nas redes sociais, a Juntos SOS ironiza a situação, invocando, subliminarmente, a suspensão do funcionamento do Complexo de Tubarão, onde estão instaladas a Vale, uma das proprietárias da Samarco e maior mineradora do mundo, e a ArcelorMittal Tubarão, integrante do maior conglomerado siderúrgico do planeta. “A Grande Vitória com uma redução de 207,70% na poluição do pó preto, já sonhou?”, brincam os ambientalistas.

“Não é o que a Juntos quer, a paralisação das atividades, mas sim que as duas empresas utilizem a tecnologia já existente e reduzam a poluição do ar a níveis aceitáveis, que atendam aos padrões mundiais”, explica Eraylton Moreschi Junior, presidente da entidade.

Numa postagem anterior, fotos da poluição emitida pelas duas gigantes instaladas na península que divide os municípios de Vitória e Serra, feitas no último domingo (29), mostram uma grande e densa nuvem cinza-amarronzada de poluição, saindo das chaminés da Vale e da ArcelorMittal, plana como um chapéu tóxico sobre as duas empresas e percorre longa distância, até o Mestre Álvaro, ponto culminante do litoral capixaba.

O flagrante gerou mais uma denúncia no site do Iema e uma provocação aos cidadãos, para que repitam o gesto da Juntos-SOS, deixando claro aos órgãos fiscalizadores sua indignação com a gestão da qualidade do ar na região metropolitana. “Se o pó preto está te incomodando, denuncie no site do Iema, no Fala Vitória 156 ou no site da PMV”, convocam os ambientalistas.

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