As praias de Vitória estão há dez dias sem análise de balneabilidade, que indica a qualidade da água aos seus usuários. O contrato com a Agrolab, empresa que realizava o serviço, chegou ao fim sem que a prefeitura providenciasse uma nova licitação a tempo. Os indicativos apontados nas placas estão vencidos desde o último dia 27 de agosto, o que impede que os frequentadores tenham acesso a informações corretas, deixando-os vulneráveis a riscos de saúde.
O problema já gerou denúncia da ONG Juntos – SOS Espírito Santo Ambiental ao prefeito Luciano Rezende (PPS), às Secretarias de Meio Ambiente (Semmam) e Saúde (Semus), e à Ouvidoria da prefeitura. O coordenador da entidade, Eraylton Moreschi, desde então faz alertas nas redes sociais para que a população não utilize as águas das praias nesse período, já que não há qualquer segurança se estão próprias, impróprias ou interditadas para banho.
Na última semana, o vereador Reinaldo Bolão (PT) usou a tribuna da Câmara para fazer o mesmo alerta. Ele tratou o problema como uma questão de saúde pública e pediu cuidado à população. “Sem esse controle, quem frequenta nossas praias pode estar em um local contaminado ou impróprio sem saber, comprometendo a sua saúde!”, destacou Bolão. Ele também cobrou explicações da prefeitura sobre o encerramento do contrato.
A Prefeitura de Vitória era a única administração municipal que realizava a medição de maneira independente ao governo estadual. Sem a análise na Capital, os frequentadores das praias capixabas estão completamente descobertos desse serviço, já que o contrato entre a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) e o laboratório responsável pelas análises das praias em todo o Estado venceu e março deste ano e também não foi renovado. Não há prazo para uma nova concorrência.
Em Vitória, a medição era realizada semanalmente em 25 pontos da orla, seguindo padrões do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Na ultima análise, foram indicados 16 pontos próprios, sete interditados e dois impróprios para banho.
Segundo a prefeitura foi aberta uma nova licitação, com previsão de conclusão em menos de um mês. A administração municipal alega que solicitou suporte da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) para a indicação de balneabilidade nesse período. No entanto, isso ainda não ocorreu, devido à greve dos servidores da companhia, que já dura 20 dias.