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Prefeito de Baixo Guandu avisa que vai interditar estrada de ferro da Vale

Foto: Leonardo Sá / Porã
 
 
O prefeito de Baixo Guandu, Neto Barros (PCdoB), avisou em suas redes sociais na tarde desta quinta-feira (12) que irá interditar a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) da Vale. A medida é em protesto contra a omissão da empresa Samarco Mineração, controlada pela Vale e BHP Billiton, em relação à tragédia humana e ambiental do rompimento das duas barragens em Mariana (MG). O município será o primeiro a receber a onda de lama no Espírito Santo, o que está previsto para este final de semana. 
 
No comunicado público feito à Vale, Neto Barros afirma que a prefeitura irá colocar suas máquinas sobre os trilhos e paralisará o transporte de minério até que os responsáveis pelo imensurável dano e crime ambiental apareçam com respostas e soluções práticas urgentes e necessárias. 

 
“Não poderá mais haver mineração nessa região! Não depois de presenciarmos que estamos à mercê do interesse meramente econômico de gente gananciosa e inescrupulosa, que não pensa em ninguém e nada além do seu próprio bolso”, disparou.
 
O prefeito destaca que os brasileiros já conheciam os impactos da mineração, uma das atividades mais poluidoras do mundo, mas “assombra absurdamente” a falta de cuidado e preocupação das autoridades ambientais e da Samarco diante da tragédia. “Está claro que não havia nenhum plano de contenção ou prevenção de desastres! Mas como pode? Nenhum especialista em eventos dessa magnitude!”. 
 
Neto Barros diz que a população presencia atônita um crime ambiental sem precedentes, enquanto as empresas assistem impassíveis a morte do rio, com implicações caóticas para toda a região. “Até quando os criminosos irão ver toda a região agonizar sem fazer nada?”, questionou. 
 
Desde o rompimento das barragens em Mariana, Neto Barros foi o único prefeito das três cidades capixabas que serão atingidas –também Colatina e Linhares – a assumir dura posição contra a Samarco e suas acionistas. 
 
A primeira medida foi anunciar que irá processar a empresa. Ele defende que seja pedida a prisão preventiva dos responsáveis pela licença e obra das barragens rompidas, além dos diretores da Samarco, bem como o bloqueio dos bens da empresa para garantir o ressarcimento dos danos gerados. 
 
Nessa quarta-feira (11), Neto Barros foi a Governador Valadares ver de perto a onda de lama e considerou as “cenas fortíssimas”. O prefeito informou que ligou em seguida para o governador Paulo Hartung (PMDB) e enviou email à direção do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), para que consigam salvar os peixes que ainda restam no rio antes do avanço da mancha de dejetos tóxicos. “Espero que não seja a nossa a última geração a ver o rio Doce vivo”. 
 

 

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