segunda-feira, novembro 18, 2024
25.5 C
Vitória
segunda-feira, novembro 18, 2024
segunda-feira, novembro 18, 2024

Leia Também:

Prefeitura de Vitória suspende cesta básica de pescadores

Os quase 500 pescadores atuantes em Vitória estão desde o ano passado sem receber as cestas básicas que deveriam ter sido distribuídas pela prefeitura em épocas de defeso, quando não têm condições de exercer atividades pesqueiras. É a primeira vez, em 16 anos, que os pescadores ficam sem receber o auxílio.
 
De acordo com Álvaro Martins, presidente da Colônia de Pescadores da Capital, os pescadores sempre apoiaram as candidaturas do ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) e, por conta disso, acreditam que a suspensão do benefício seja uma represália política por parte do atual prefeito, Luciano Rezende (PPS), que venceu a disputa contra o tucano em 2012. 
 
Foi no primeiro mandato de Luiz Paulo enquanto prefeito da Capital, entre os anos de 1997 e 2004, que os pescadores de Vitória conseguiram o benefício de receber as cestas básicas da prefeitura nos períodos de defeso de camarão, da piracema e dos mariscos, que acontecem em quatro épocas diferentes do ano. Os pescadores que constavam na lista disponibilizada pela colônia e apresentavam a carteira de pesca em qualquer Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) recebiam a cesta básica mensal durante os períodos de defeso de sua especialidade de pesca.
 
O trabalho continuou durante toda a gestão de João Coser (PT), entre os anos de 2005 e 2012. Em 2013, como relatou Álvaro, o pedido das cestas básicas foi protocolado pela associação da prefeitura, como sempre acontece, mas a distribuição não foi feita. Ele afirmou que a colônia chegou a se reunir com a chefia de gabinete do prefeito e, na ocasião, expuseram a dificuldade dos trabalhadores da pesca no sustento de suas famílias, mas não obteve retorno. De acordo com Álvaro, o vereador Zezito Maio (PMDB) se colocou à disposição da colônia para solucionar o impasse, mas lembrou que compõe a oposição na Câmara de Vereadores à atual gestão da Prefeitura de Vitória.
 
Um novo período de defeso dos mariscos começará no próximo dia 1º de setembro e os pescadores já planejam protestos nos arredores da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), caso até lá a distribuição das cestas básicas não seja regularizada. Em outubro, começa o defeso da piracema e, em novembro, o do camarão.
 
Não é a primeira vez que a gestão de Luciano Rezende gera problemas entre pescadores e marisqueiros da Capital. No começo de sua gestão, os catadores de sururu que atuavam na Ilha do Frade foram retirados da região. Os moradores da ilha, cujo maior problema é o pó preto da Vale, reclamavam da fumaça provinda do processo de extração dos mariscos.

Mais Lidas