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Protesto em apoio à ocupação Distrito de Saúde Indígena interdita rodovia em Aracruz

Um grupo de índios guaranis da aldeia de Boa Esperança, em Coqueiral de Aracruz, no município de Aracruz, região norte do Estado, fizeram um protesto no início da tarde de ontem na ES-010 e interditaram a rodovia por cerca de uma hora em apoio ao grupo que está em Governador Valadares (MG) reivindicando uma série de propostas de melhorias para a saúde do povo indígena. 
 
Os indígenas bloquearam as duas pistas da rodovia e bloquearam a passagem de carros com madeiras. De acordo com José Luiz, coordenador da Comissão de caciques Tupinikim e Guaraní, foi ao local para conversar com os índios para que eles liberassem a rodovia, entendendo que alguns avanços já estão sendo sinalizados devido a ocupação que acontece em Governador Valadares, aonde a Comissão de Caciques capixaba está reunida. 
 
“O secretário geral da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Marco Antônio Toccolini, de Brasília, já está se reunindo com as autoridades, nos próximos dias teremos atualizações sobre a nossa pauta”, afirmou o coordenador. 
 
Paulo Tupinikim, líder da aldeia de Caieiras Velhas, disse em reunião com o secretário que os caciques querem a presença dele para discutir as situações e propostas que foram trazidas por eles na reunião que tiveram em Brasília com o próprio secretário. Além disso, a situação se agravou muito nos últimos seis meses. 
 
“Aldeias que necessitam de barqueiros, por exemplo, para a travessia de pacientes, já estão há seis meses sem profissionais para atender a comunidade”, afirmou Paulo. 
 
No entanto, o secretário frisou que não quer transformar a situação em um palanque político e que enquanto a ocupação estiver acontecendo, não irá ao local conversar com as lideranças. Ele ainda ressalta que o que pode ser feito é levantar todas as pendências colocadas pelos indígenas, ver realmente quais são os problemas e já dar uma solução para eles.
 
“Não foi passada nenhuma pauta para mim. Eu já coloquei como princípio, não visito Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) ocupado, especialmente em um período de ano eleitoral”, afirmou o secretário. 
 
Não satisfeitos com esse pronunciamento do secretário, os caciques responsáveis pela ocupação em Governador Valadares prometem radicalizar ainda mais as ações. Três ônibus com índios Tupiniquim Guarani do estado são esperados nesta quarta-feira (06) para reforçar o movimento.
 
Vilson Benedito, o Jaguareté, chefe da coordenação técnica local da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Aracruz e liderança indígena em Caieiras Velha, e que está em Minas ajudando na ocupação, conta que ainda não houve resultados concretos, mas a expectativa é que isso aconteça o mais breve possível. 
 
Ocupação
 
Quinze os caciques capixabas a “tomarem posse” do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Governador Valadares/MG, que atende às aldeias do Espírito Santo. A ação teve início no último dia (28) e só será encerrada após a chegada do secretário geral da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Marcos Antônio Toccolini, de Brasília, e as devidas negociações com encaminhamentos de soluções para os pontos de pauta da Comissão de Caciques Tupinikim e Guarani de Aracruz, norte do Espírito Santo.
 
“Só vamos sair daqui quando ele [Toccolini] vier com sua equipe aqui em Valadares e assinarmos um Termo de Compromisso, com intermediação do Ministério Público Federal”, afirmou Pydobussu, o Cacique Toninho, da Aldeia Comboios, na ocasião.
 
Entre as reivindicações, estão a troca da frota de carros que atendem à saúde indígena em Aracruz; aumento da cota para aquisição de combustível para os veículos; convênio com hospitais e oficinas mecânicas; contratação de convênio para barqueiros, para locomoção de moradores de localidades de difícil acesso por estradas; compra de motor e barco pra atender à saúde; reforma e ampliação dos postos de saúde das aldeias; ampliação e construção das estações de tratamento de água; respeito às tradições indígenas de cuidados com a saúde, incluindo o uso de ervas medicinais e pajelanças; nomeação de um coordenador do DSEI local que conheça a realidade dos povos indígenas de Minas Gerais e Espírito Santo.
 
A Comissão de Caciques capixaba reúne os líderes de onze aldeias de Aracruz, sendo sete Tupinikim – Caieiras Velha, Pau Brasil, Irajá, Comboios, Córrego do Ouro, Areal e Amarelos – e quatro Guarani – Boa Esperança, Três Palmeiras, Piraquê-açú e Olho d´Água – onde vivem cerca de quatro mil pessoas. 

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