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Rebio de Comboios está fechada para reformas

A Reserva Biológica (Rebio) de Comboios, localizada em Linhares (norte do Estado), está fechada ao público para reforma. A previsão é de que a reserva seja reaberta a visitação somente em dezembro, após a reforma que será realizada nos tanques das tartarugas, banheiros, salas de trabalho, alojamentos, centro de visitante, garagens e galpões. Por ano, cerca de 30 mil turistas visitam a Unidade de Conservação (UC) para conhecer as tartarugas marinhas, que é o principal atrativo da unidade. 
 
Com a reforma na infraestrutura, o centro de visitantes, que atualmente é focado nas tartarugas marinhas, passará a trabalhar, também, com outros animais, como as preguiças de coleira, gato marisco, aves migratórias e as baleias franca e jubarte. As vagas de alojamento e a estrutura física disponibilizadas para pesquisadores também serão maiores após a reforma. Também é uma pretensão que o novo centro de visitantes exponha a flora da Rebio, sobretudo uma espécie de orquídea que não ocorre em nenhum outro lugar do mundo e costuma brotar com as primeiras chuvas do ano, no fim do mês de fevereiro. 
 
Comboios é uma das regiões que compõe a maior área de desova regular de tartarugas marinhas em todo o litoral brasileiro. Neste mês de setembro, começou a 34ª temporada reprodutiva das tartarugas marinhas em todo o litoral brasileiro. A expectativa do Projeto Tamar, que monitora a frequência, atividades e desova dos animais na costa brasileira, é de que dois milhões de tartarugas nasçam em todo o país, além das ilhas oceânicas de Fernando de Noronha e Trindade.
 
Nos 15 quilômetros costeiros da Reserva Biológica (Rebio) de Comboios, houve a ocorrência de 25% dos ninhos das tartarugas marinhas na temporada passada (2013-2014), o que indica, segundo o Tamar, que a proteção da região como um todo, e não restrita à Rebio, é essencial à manutenção da espécie. Os principais pontos de desova do animal são em Regência, Povoação e Pontal do Ipiranga, todos localizados no município de Linhares. A área de 150 quilômetros de planície costeira, localizada entre as regiões de Regência, em Linhares, e Itaúnas, em Conceição da Barra, no norte do Estado, é a única de desova regular em todo o litoral brasileiro. 
 
A Reserva Biológica de Comboios chegou a ter um plano de manejo elaborado em 1997, mas este não contemplava a zona de amortecimento. A elaboração de um novo plano foi prevista para o início do segundo semestre de 2008, no entanto, a realização não foi concretizada, até a propositura da ação pelo MPF, em maio de 2012. Em outubro deste ano, a Justiça Federal determinou que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) elabore, em 180 dias, um plano de manejo com a delimitação das zonas de amortecimento de três Rebios no Estado, entre elas Comboios.
 
A Rebio enfrenta problemas com a instalação dos tonéis do Terminal de Regência (Tereg), da Petrobras, dentro da Área de Preservação Permanente (APP), que abriga o único ponto conhecido de concentração de desovas da Tartaruga Gigante (Dermochelys Coriacea) e o segundo maior ponto no Brasil de concentração da Tartaruga Cabeçuda (Caretta Caretta). O Projeto Tamar, patrocinado pela Petrobras, demonstrou-se, junto à chefia da Rebio, favorabilidade à desativação dos tonéis. O terminal está desativado devido à baixa produtividade dos campos de petróleo da região.
 
Em julho, a Sexta Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) negou provimento a um agravo apresentado pela Transpetro, subsidiária da Petrobras, com relação à liminar da ação civil pública (ACP) que tem o objetivo de retirar o Tereg de Comboios e recuperar a área degradada. Liminarmente, o Ministério Público Estadual (MPES) e o Ministério Público Federal (MPF) requereram à subsidiária a elaboração de um Plano de desmobilização do Tereg, além da apresentação ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) do Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) em 30 dias, estudos esses que haviam sido contestados tanto pela subsidiária quanto pela Petrobras.  

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