Esses e outros questionamentos foram apresentados na última reunião da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, realizada nessa segunda-feira (12), pelo presidente da ONG Juntos SOS ES Ambiental, Eraylton Moreschi Junior, que também é conselheiros nos conselhos de meio ambiente estadual (Consema) e municipal (Comdema). O agendamento da apresentação das respostas à população será feito na primeira reunião da Comissão em 2017, provavelmente o dia 13 de fevereiro.
A opção de responder em uma reunião na Casa e não por ofício direcionado à ONG foi do próprio Eraylton. “Queremos garantir que os telespectadores da TV Ales possam ter acesso às respostas”, justificou.
Não foi possível deliberar sobre a data na mesma reunião devido à falta de quórum, pois apenas um dos cinco deputados componentes da Comissão estava presente. O ambientalista também lamentou a ausência de público. “Faltou divulgação e convites à população para assistir e participar”, reclama.
A redução do volume de dióxido de enxofre lançado no ar pela ArcelorMittal Tubarão foi o primeiro questionamento feito pelo presidente da Juntos. Apesar de estarem dentro dos padrões legais, há anos defasados, Eraylton mencionou a existência de novas pesquisas sobre os prejuízos à saúde desse poluente, sendo necessário também rever quais são de fato os padrões seguros. Até porque “Vitória é a capital nacional com o maior índice de SO², segundo o IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]”, ressaltou.
Ainda à produtora de aço, foram perguntados aspectos relacionados às queimas de gases no flair da Aciaria, à mitigação das emissões visíveis da sinterização e às emissões geradas por falhas no sistema de filtros de mangas.
Já a Vale foi questionada quanto ao derramamento de minério de ferro pelas correias que alimentam as trombas de carregamento dos navios. “Na duas vezes que estivemos no local, verificamos que a maior quantidade de minério jogada no mar era no retorno destas correias, o que foi feito, ou o que será feito, e quando?”, indagou o conselheiro.
A eficiência de dois equipamentos utilizados pela Vale também foi questionada: Wind fence, já declarada como ineficiente em relatório da Polícia Federal, quando do fechamento do Porto de Tubarão; e o canhão Fog, “mais uma piada de mau gosto da Vale”. Eraylton também cobrou da mineradora que disponibilize o monitoramento de suas emissões para consulta online pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).
Às duas empresas, foi perguntado sobre a realização ou não de medições do material particulado sedimentável (inferior a 10 microns e inalável, podendo gerar problemas no sistema respiratório) dentro de suas plantas; e sobre a aprovação de seus respectivos Planos Verão pelo Iema. “Até meados do ano, a diretora do Iema ainda não havia aprovado os Planos”, questionou Eraylton. Nesta época do ano (entre outubro e fevereiro), a população sofre ainda mais com a poluição do ar, devido à predominância da incidência do vento nordeste e das temperaturas elevadas.