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Restinga arbórea no entorno de Regência pode virar unidade de conservação

Objetivo é proteger e biodiversidade e servir de área lazer. Prefeitura iniciou pesquisa para estudo de viabilidade

Felipe Tozatto/PML

Um dos ecossistemas associados à Mata Atlântica mais devastados no Estado e no país, a Restinga é alvo de estudos iniciais pela Prefeitura de Linhares, para criação de uma unidade de conservação no entorno da vila de Regência, na Foz do Rio Doce, norte do Espírito Santo.

A região abriga diversas especificidades ambientais, como o fato de ser o único sítio reprodutivo da tartaruga-de-couro ou gigante (Dermochelys coriácea) do país, criticamente ameaçada de extinção, além de ser um importante polo de ecoturismo e turismo esportivo (surfe).

Atualmente, existe apenas a Reserva Biológica de Comboios, com 784 hectares, no limite sul do vilarejo, criada em 1984 a partir de estudos de Augusto Ruschi. Próximo a ela, há uma proposta antiga de unidade de conservação federal de uso sustentável que proteja várias lagoas localizadas numa área devoluta doada pelo Estado do Espírito Santo à União, mas que ainda não saiu do papel.

Já a unidade de conservação municipal em estudo objetiva proteger um bosque de restinga arbórea a oeste de Regência, com aproximadamente 220 hectares. “É uma das últimas áreas de mata próximo à vila e está muito bem preservado”, destaca Joca Thomé, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), coordenador do Centro de Proteção das Tartarugas Marinhas (Centro Tamar/ICMBio) e um dos fundadores da base do Projeto Tamar em Regência, uma das três primeiras instaladas no país, em 1980.

A princípio, a unidade municipal deve ser de uso sustentável, mas também tem potencial de ser um parque natural que abrigue equipamentos de recreação ao ar livre e contemplação da natureza. “Poder se tornar uma área de lazer fantástica para a comunidade”, ressalta o ambientalista, que destaca ainda a proximidade do futuro parque com uma área para prática de esportes que a prefeitura está implementando.

Segundo a gestão municipal, as etapas preliminares para a elaboração de um estudo de viabilidade para a criação de unidade de conservação foram iniciadas em meados deste mês de dezembro, por meio de questionários realizados junto a moradores de Regência.

O plano envolve a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos Naturais (Semam), como interveniente do estudo, que é executado com recursos de compensação ambiental direcionados pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).

“A consulta pública e os estudos técnicos são pontos fundamentais para a identificação do local que será transformado em Unidade de Conservação, bem como sua dimensão e limites adequados. Por isso, é importante que a comunidade participe ativamente do processo, a fim de aprimorarmos a proposta de criação da unidade”, explica a bióloga e assessora técnica da Semam, Paula Durão Garcia.

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