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Secretário descumpre compromisso e não volta à mesa de negociação com o MST

Durou apenas cinco minutos a reunião desta sexta-feira (19) que deveria abrir a mesa de negociações da demanda da educação no campo entre o secretário Haroldo Correa Rocha e os trabalhadores rurais que ocupam o prédio da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), em Vitória. Além de o secretário descumprir o compromisso de comparecer ao encontro, enviou técnicos da pasta que mantiveram a posição irredutível sobre a pedagogia de alternância, principal ponto da pauta. 
“A pedagogia da alternância é inegociável”, pontuou Adelso Rocha Lima, coordenador estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). 
Sem a disposição do governo do Estado em dialogar sobre a questão, os camponeses logo deixaram a mesa de reunião, mantendo a ocupação da Sedu por tempo indeterminado. O movimento teve início na noite dessa terça-feira (16), após mais uma tentativa fracassada de solucionar o impasse com o secretário de Educação.

Fotos: Leonardo Sá/Porã
 

 
Além de fechar escolas e fundir turmas, o governo Paulo Hartung ameaça o método de ensino aplicado nas escolas do campo e responsável por manter os jovens no meio rural. A pedagogia da alternância intercala um período de convivência na sala de aula com outro no campo, no entanto, o governo decidiu pagar somente a hora/aula de cada educador, sem contabilizar o tempo de acompanhamento no campo e na auto-organização dos estudantes. 
Criado por camponeses da França em 1935, o método chegou ao Brasil exatamente pelo Espírito Santo, em 1969, com uma missão jesuíta. Hoje, é aplicado em 26 escolas de assentamentos, em onze municípios do interior do Estado. 
Na prática, a medida atende à estratégia do governo do Estado de privatizar a educação, como tem feito também com as escolas estaduais, desde o ano passado. 
A manutenção do impasse impede que se discuta os demais pontos da pauta da educação no campo. Os trabalhadores rurais cobram, ainda, a aprovação das diretrizes operacionais e a nucleação de turmas das escolas do campo, além da criação do projeto de Educação de Jovens e Adultos (EJA) para o ensino médio no meio rural.
Dados do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgados pela direção nacional do MST, apontam que nos últimos 15 anos, mais de 37 mil unidades educacionais foram fechadas no meio rural, o que representa uma média de oito escolas por dia no País. 

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