Seis meses depois, a prefeitura de Vitória remarcou a consulta pública para criação de uma Unidade de Conservação (UC) em Fradinhos para a próxima quarta-feira (30), às 19 horas, no auditório do Instituto Federal de Educação (Ifes) em Jucutuquara. O encontro deveria ter sido realizado em setembro do ano passado, assim como de outras unidades de conservação (UCs) previstas para a Capital, porém, a gestão do prefeito Luciano Rezende (PPS) cancelou os debates sem qualquer justificativa.
A atual convocação é feita pelo secretário municipal de Meio Ambiente, Luiz Emanuel Zouain, e atende, segundo ele, à Lei Federal nº 9.985/00 e ao Decreto Federal nº 4.340/02.
A criação de um parque na área, com 62 hectares, é uma antiga solicitação dos moradores do bairro, por meio da Associação dos Amigos do Parque da Fonte Grande (AAPFG), como aponta a prefeitura. A comunidade fez um abaixo-assinado e coletou 1.500 assinaturas para evitar ocupações ilegais e, ao mesmo tempo, promover a recuperação de uma grande encosta com projeto de reflorestamento.
A área possui várias nascentes intermitentes que poderão ser recuperadas e protegidas. Com a criação da unidade, será possível proteger o sitio arqueológico de mais de três mil anos do local e manter a conexão de parques como da Fonte Grande e da Gruta da Onça, formando um corredor ecológico na região.
Além de Fradinhos, também estão prontos para consulta pública os processos de criação das UCs de Lagoa da Pedra (Grande Vitória e Inhanguetá) e da Baía das Tartarugas (baía de Vitória e ilhas costeiras). A primeira proposta é para um parque inicialmente com oito hectares, mas que pode ampliar seus limites com a incorporação de outra área vizinha. Já a outra tem o objetivo é conservar a baía do Espírito Santo e um conjunto de ilhas costeiras, incorporando a área do Parque Atlântico e Ponta Formosa.
Os encontros para as três unidades haviam sido marcados e anunciados pelo ex-secretário da pasta, o vereador Max da Mata (PSD), antes de sua saída do cargo. O cancelamento foi denunciado por ele na época como retaliação política, já que Max deixou a secretaria em contexto de rompimento com o prefeito.
Depois do primeiro cancelamento, a gestão municipal chegou a remarcar as consultas para novembro de 2015, o que também não aconteceu. O assunto só foi retomado agora, e, mesmo assim, apenas referente ao caso de Fradinhos.