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Seminário Nacional de Mudanças Climáticas conclama pela união dos povos

“São os povos tradicionais e todos os povos socialistas que vêm lutando incansavelmente para preservar as florestas. E somos marginalizados, criminalizados!”, protesta Joice Nascimento Cassiano, militante do movimento quilombola no Espírito Santo.

Uma das integrantes da caravana capixaba no Seminário Nacional de Mudanças Climáticas e Justiça Social, Joice esteve em Brasília de terça a sexta-feira (25 a 28), onde participou de diversas atividades e apresentou um pouco da luta quilombola no Território do Sapê do Norte, no norte do Estado.

O evento promoveu reflexões sobre as mudanças climáticas, a socialização dos gritos dos diversos povos excluídos do sistema capitalista e que mais sofrem os efeitos das mudanças climáticas, e o seu fortalecimento para seguir na conquista de seus direitos e territórios tradicionais.

“Motivados pela espiritualidade dos povos da floresta, das águas, do campo e das cidades, em uma só voz denunciamos as faces desse desenvolvimento perverso, que produz o ecocídio, o etnocídio e o genocídio da Mãe Terra e alimenta o capitalismo financeirizado, globalizado e agressivo”, afirma a carta final do encontro.

Joice conta que o que mais chamou sua atenção durante o seminário é que, em todos os depoimentos e todas as trocas de falas nos bastidores das oficinas e apresentações, é que as classes e povos trabalhadores é que são as mais duramente atingidas pelas catástrofes climáticas e ambientais em geral, vítimas não só dos grandes conglomerados econômicos, mas também de governos comprometidos com a velha lógica do capital, que, por exemplo, liberam as licenças para desmatar e poluir por meio de seus órgãos (in) competentes.

“Sabemos que as futuras gerações estão por um triz de perder todos os conhecimentos das nossas vidas e é isso os que os governantes parecem querer, colocar os povos uns contra os outros”, alerta Joice.

“De quanto tempo a fração privilegiada da humanidade vai precisar para descobrir que não se come dinheiro nem se bebe petróleo?”, indaga a carta final do evento. O futuro escrito pelo capital é de destruição e morte, prossegue o documento, “mas já está sendo reescrito na sabedoria representada pelos povos originários e demais comunidades tradicionais, e por outras formas de comunidades intencionais, como comunidades camponesas, ecovilas e ecocidades”, anuncia.

“Aprendamos com eles o modo de vida simples, compartilhado e rico de tradições ancestrais, o seu cuidado com o meio natural e a sua espiritualidade enraizada na Mãe Terra, na perspectiva da construção de sociedades do bem viver!”, convocam os participantes do seminário nacional.

“Eu tenho hoje uma visão, após o seminário, que precisamos nos unificar intensamente em prol do nosso planeta, cidades, comunidades, povos, tribos e nações!”, conclama a liderança quilombola.

 

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