A Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) presta um serviço público e não podem existir dúvidas sobre os preços das tarifas. É a partir deste princípio que Adaílson Freire, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Espírito Santo (Sindaema), manifestou seu apoio à realização de uma auditoria na empresa.
A coleta de assinaturas com requerimento para realização da auditoria na Cesan começou no último domingo (22), durante a 26ª Descida do Rio Jucu. Segundo Eduardo Pignaton, secretário da Associação Barrense de Canoagem, a previsão é de que o documento seja entregue ao Ministério Publico Estadual (MPES) nesta semana.
Apenas em um dia foram coletadas 200 assinaturas.
Ao analisar o requerimento pedindo auditoria na Cesan, o diretor do Sindaema lembrou que a sociedade tem, de fato, questionamentos em relação ao preço que paga pelo tratamento de esgoto. Como medida para fortalecer a empresa, é essencial que essas dúvidas sejam dissipadas. A auditoria, entende Adaílson Freire, é instrumento para isso. O diretor é também do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema).
À taxa de água que o usuário paga, é acrescido de 80% a título de pagamento do tratamento de esgoto. Mas a sociedade não sabe como a Cesan chegou a este valor. Tampouco sabe o que a empresa deve. Em função dessa polêmica, após a Descida Ecológica do Rio Jucu, os canoeiros fizeram a denúncia e lançaram uma campanha. “Cesan: vende água, devolve esgoto. Auditoria já!”.
A auditoria também revelará a qualidade da água que é devolvida aos rios, mostrando se, ao invés de despoluir, os poluentes retirados com o tratamento não são apenas concentrados em determinado ponto de lançamento nos rios.
A mobilização dos canoeiros no Dia Mundial da Água confirmou a morte do rio Jucu. Também está morto o rio Santa Maria da Vitória. Os dois abastecem a Grande Vitória, exceto o município de Guarapari.
O Sindaema está em campanha contra o desperdício da água que sai das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), que são apropriadas para o uso industrial. Entregar esta água das ETEs às poluidoras ArcelorMittal e Vale, liberando a água dos rios para a população, é a cobrança que está sendo feita ao governo do Estado.