O objetivo é reunir moradores e lideranças dos mais de dez bairros que compõem a Região IV, fortalecer o envolvimento das comunidades e, ao final, elaborar um documento a ser enviado para a prefeitura.
Com a chamada “A Região IV no Plano Diretor de Vila Velha – O que é o PDM? Como nosso futuro e a nossa comunidade estão ligados a ele?”, a oficina é produzida pelo Fórum de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental (Desea) e o Fórum Popular em Defesa de Vila Velha (FPDVV), em parceria com o Coletivo Mudando o Cenário e o Conselho Comunitário de Vila Velha (DPVV).
“Vamos buscar uma reflexão junto aos moradores, sobre como está a região IV no PDM, como eles se veem nessa região e como querem que essa região seja no futuro”, conta Irene Léia Bossois, coordenadora do Fórum Popular.
Localizada em meio a um eixo de desenvolvimento do município, a Região IV tem sofrido muitas agressões ambientais e a questão hídrica talvez seja a mais séria, com seus rios transformados em canais de esgoto, as enchentes periódicas que desabrigam a população e, mais recentemente, os carros-pipa que retiram água da Lagoa Encantada.
Mas também tem uma organização social muito interessante, que tem conquistado muitas vitórias recentemente, como em 2015, quando os coletivos locais conseguiram impedir que uma área no entorno do Morro do Carcará fosse aterrada para loteamento. “Os moradores são muitos ciosos de seus ativos ambientais”, opina Irene.
Será o primeiro evento relacionado ao PDM feito pela e para a sociedade civil, sem participação do poder público. “Muito importante, um momento só nosso”, conta.
Depois da Região IV, as demais também receberão as oficinas. O momento é crucial, pois o PDM já está em fase de elaboração pela prefeitura, após uma rodada de reuniões e audiências públicas.
Nas últimas gestões municipais, por excluir a participação popular, permitir impactos ao meio ambiente e priorizar os interesses empresariais, a questão gerou polêmicas, inclusive com necessidade de judicialização. A alteração mais recente do PDM, feita pelo atual prefeito Rodney Miranda (DEM, em 2013, que gerou uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin), ainda está em análise no Tribunal de Justiça do Estado (TJES).