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Sociedade dos Amigos do Museu Mello Leitão não defende o Mello Leitão

“Como é possível encarar a alienação do patrimônio do MBML como uma ação de utilidade pública, de proteção ao MBML? Ela não está cumprindo a sua principal missão”. O questionamento, feito pelo biólogo Piero Angeli Ruschi, coloca o dedo na ferida e expõe o que ele considera descaso da Sociedade dos Amigos do Museu Mello Leitão (Sambio) em relação ao desmonte do Mello Leitão em função da criação do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA).

Não só a atual gestão, presidida por Arlindo Serpa Filho, mas também a anterior, liderada por Margareth Cancian Roldi, se uniram a um grupo de professores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes,) na coordenação do Movimento em Defesa do INMA (MoveINMA), dedicado a levar a cabo a extinção do Museu –revertida posteriormente – e a alienação de todo o seu patrimônio.

Os questionamentos foram formalizados em um requerimento protocolado na última semana à diretoria da Sambio. No documento, Piero destaca o Artigo 1º do Estatuto da ONG, em que, no inciso IV, está dito: “Apoiar e estimular medidas que visem a salvaguardar e proteger o Museu de Biologia Professor Mello Leitão e o patrimônio científico cultural a ele pertencente, bem como a sua área física”.

Com base nessa finalidade primordial, Piero solicita que o presidente da Sambio se posicione sobre “a abstinência da referida Sociedade” em relação à “defesa institucional do Museu”. O biólogo, filho caçula de Augusto Ruschi e associado à Sambio, cita ainda em seu requerimento o apoio da Sambio ao “trâmite de transferência do patrimônio físico, coleções, direitos e obrigações do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão para o recém-criado Instituto Nacional da Mata Atlântica”.

O requerimento foi formalizado após a última reunião da Sambio, no dia sete de março, quando os mesmos questionamentos foram feitos verbalmente à diretoria na presença de jovens pesquisadores. “O presidente não respondeu a nenhuma das minhas questões. Se alterou em alguns momentos, fazendo acusações indevidas e desviando o foco das perguntas. E chegou a dizer que a alienação do patrimônio do Museu deve ser tratada pela próxima diretoria, a ser eleger no final deste ano”, relata Piero, destacando que os jovens pesquisadores simplesmente desconhecem os fatos desencadeados a partir de 2014, com a publicação da lei que extinguiu o MBML. “Eles ficaram sensibilizados, precisam de mais esclarecimentos para somarem na luta pela salvação do Museu”, pondera.

O biólogo, que conclui recentemente seu doutorado no Museu Nacional do Rio de Janeiro, também solicitou, formalmente, a renovação do seu vínculo como colaborador do MBML, pedido negado há alguns, quando feito verbalmente ao atual diretor, Helio de Queiroz Boudet Fernandes, que também tem sido omisso na proteção da própria instituição que dirige, como aponta Piero Ruschi.

  

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