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Sucesso do protesto contra o pó preto credencia novas ações populares

 
Cerca de 1,5 mil  pessoas participaram do ato público de domingo (18), na Praia de Camburi, em Vitória. Com faixas, cartazes, entrega de pó preto coletado nas casas, e até corpos adornados com o pó,  moradores expressaram que não suportam mais a tolerância do poder público e o descaso das principais poluidoras da Grande Vtória (ArcelorMittal e Vale) ante o problema da poluição do ar que afeta a Grande Vitória.
 
“Não vale cheirar pó. Queremos saúde e qualidade de vida”. “Vitória, capital do pó preto”, denunciavam faixas exibidas pelos moradores no protesto. Do ato participaram antigos militantes dos movimentos políticos. Também crianças levadas por seus pais expressavam a revolta por sofrerem doenças claramente causadas pela poluição do ar, como alergias e doenças respiratórias.
 
A praia de Camburi, de onde se visualiza os enormes rolos de poluentes das chaminés das usinas da Vale e ArcelorMittal Tubarão, tinha um cenário diferente durante o protesto da manhã deste domingo. Como que orquestradas, as empresas reduziram as emissões de poluentes. É diferente  durante as madrugadas, quando não há vigilância sobre emissões. Neste período, as empresas aumentam a descarga de poluentes sobre a Grande Vitória.
 
Dos moradores que participaram do protesto contra a Vale e Arcellor Mittal Tubarão, 594 cidadãos enfrentaram sol e calor para assinar  um documento para ser entregue às autoridades do governo do Estado e prefeituras. “Eu, cidadão morador da Grande Vitória, assino este livro demonstrando minha indignação com a poluição do ar na Grande Vitória! Pó preto.”.
 
O protesto mostrou que a população não aceita mais a omissão do governador Paulo Hartung (PMDB). Muitos capixabas sabem que ele permitiu o aumento da poluição a níveis insustentáveis quando governou o Estado entre 2003 e 2010, e autorizou a construção da 8ª usina da Vale, no Planalto de Carapina. 
 
A região recebe o vento nordeste, dominante na Grande Vitória. Vale e ArcelorMittal emitem toneladas de pó a olhos vistos, 24 horas por dia. Nem isto sensibilizou o governador Paulo Hartung a rejeitar o projeto da Vale e outros da ArcelorMittal, desejo que a população manifestou nas audiências públicas sobre o tema.
 
O ato público também repudiou a omissão dos prefeitos a Grande Vitória em relação ao pó preto. Luciano Rezende (PPS), que governa o município que mais sofre com o pó – recebe 80% dos poluentes pariculados das empresas -, finge que não há poluição do ar, nem emprega os poderes que tem e cumpre sua responsabilidade na questão ambiental. 
 
Cariacica, do prefeito Geraldo Luiza, o Juninho (PPS), e Vila Velha, do prefeito Rodney Miranda (DEM), também nada fazem em relação à poluição do ar. A Serra, cujo prefeito é Audifax Barcelos (PSB), é também atingida fortemente pela poluição emitida pela Vale e ArcellorMittal. 
 
Novas manifestações
 
Promovido pela Juntos SOS ES Ambiental, o ato desse domingo em Camburi contou com representação da populaçãoem geral e de ambientalistas de todos os municípios  da Grande Vitória. A mobilização poderá crescer em outras áreas muito afetadas pelos poluentes, como a Praia da Costa, em Vila Velha, e nos bairros próximos à ArcelorMittal Cariacica, na divisa com a usina, instalada em Bela Aurora e toda a região de Cariacica, onde os danos ambientais e saúde causados pela empresa são acentuados.
 
Os organizadores do ato anunciam que, no próximo domingo (25), quando haverá o segundo protesto em Camburi, às 9 horas, com o ato em frente ao Clube dos Oficiais da PM, os manifestantes sairão em passeata até o píer de Iemanjá. Saem às 9h30 e retornam ao ponto de partida a seguir.
 
Manifestantes e organizadores farão no total quatro atos na atual mobilização. Além das duas deste mês, também haverá manifestações, sempre no mesmo local e horário, nos domingos um e oito de fevereiro.
 

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