Fruto da resistência dos camponeses do norte do Espírito Santo e da integração de diversas instituições de apoio, o Plano de Ação Territorial- Norte do Espírito Santo foi concluído e já conseguiu um primeiro financiamento, via Banco do Nordeste, no valor de R$ 300 mil, para custear ações de Agroecologia em dez municípios.
Entre as organizações da sociedade civil envolvidas, estão o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), a Associação Veneciana de Agroecologia – Universo Orgânico e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nova Venécia. As instituições públicas incluem o banco, o Instituto Federal do Estado (Ifes), o Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (Incaper) e algumas prefeituras.
“Nós aqui demos sequência ao Território da Cidadania, independentemente de recursos governamentais. As organizações continuaram se reunindo, construíram o plano e buscaram os recursos pra implementa-lo”, relata Dorizete Cosme, do MPA.
O projeto está em fase de contratação e deve começar a ser implementado ainda no primeiro trimestre de 2019. Serão dez unidades demonstrativas, além de diversos cursos e seminários, envolvendo diretamente pelo menos 85 famílias.
Nas unidades, serão construídas diversas técnicas agroecológicas, como recuperação de nascentes, produção de biofertilizantes, construção de fossas biodigestoras, cisternas de captação de água de chuva e banco de sementes crioulas.
“São poucas iniciativas assim no Brasil. As pessoas de fora que tomam conhecimento ficam admiradas”, comemora o camponês.
O Plano está sendo elaborado desde 2016, conta Sonia Lucia de Oliveira Santos, agente de desenvolvimento do Banco do Nordeste. “Foi integrando ações, organizações, pessoas e instituições que conseguimos concluir o plano”, exalta. “É muito importante mostrar que a Agroecologia já é uma alternativa real de desenvolvimento”, ressalta.