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Trabalhadores rurais ocupam superintendência do Incra em Cariacica

Quinhentos trabalhadores rurais do Estado ocupam desde a manhã desta segunda-feira (15) a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Cariacica. Eles cobram posicionamento dos governo federal e estadual em relação às demandas do campo apresentadas no ano passado, ainda sem providências. 
A pauta de reivindicações inclui medidas emergenciais contra a seca registrada no Estado, que impede os trabalhadores de produzir; criação de assentamentos rurais; diagnóstico sobre as terras devolutas para destinação à reforma agrária; manutenção das escolas do campo; e punição à Samarco/Vale-BHP pelo crime do rompimento da barragem em Mariana (MG), que contaminou o rio Doce.
Segundo Rodrigo Gonçalves, da coordenação estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras (MST), há mais de seis anos o Incra não cria assentamentos rurais no Espírito Santo. A situação faz com que 650  vivam acampadas em municípios do interior. Ele informou que o Incra nacional já foi acionado sobre o ato e haverá uma reunião nesta terça-feira para debater a questão. 
Os camponeses também exigem que o governo Paulo Hartung destine terras para a reforma agrária. O Espírito Santo tem cerca de 1 milhão de hectares de terras devolutas, mas o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) não divulga esse mapa, apesar das insistentes reivindicações das entidades que têm a terra como questão central. 
A ocupação reitera ainda a luta dos trabalhadores rurais contra a extinção das turmas e das escolas do campo. Eles criticam a decisão do governo estadual de reduzir a carga horária dos professores que aplicam a pedagogia da alternância e cobram a aprovação das diretrizes operacionais das escolas dos assentamentos e a criação do projeto de Educação de Jovens e Adultos (EJA). 
Além disso, exigem a construção imediata de barragens que atendam às necessidades do campo. “O governo do Estado abriu editais para construção de barragens em 2015. Cadê essas barragens?”, questionou Rodrigo. 
Outra reivindicação é a punição das empresas que respondem pelo maior crime socioambiental do País. “O governador Paulo Hartung não se posiciona em relação à Samarco e a única medida [fundo de recuperação do rio Doce] apresentada até agora representa a privatização da água, que não atende aos prejudicados, somente às empresas”, pontuou o coordenador estadual do MST.
A ocupação não tem prazo para acabar e novos atos estão programados para a Capital ainda nesta segunda-feira (15).

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