São três as vias ocupadas no ES. Em Brasília, Funai conseguiu novo interlocutor da Renova para os indígenas
Na manhã desta quarta-feira (4), a Rodovia ES-269, que liga o município de Aracruz à fábrica da Suzano (ex-Fibria e ex-Aracruz Celulose), também foi ocupada pelas aldeias indígenas de Córrego do Ouro e Comboios, em busca de atendimento de pautas primordiais de reparação e compensação dos danos oriundos do rompimento da Barragem de Fundão, da Samarco/Vale-BHP, que completa cinco anos nesta quinta-feira (5).
Já é a terceira ocupação com esse objetivo desde a última terça-feira (27), quando um trecho da ferrovia da Vale que corta a Terra Indígena de Comboios foi interrompido. Oito dias depois, nessa terça-feira (3), a rodovia ES-10 passou a ter o trânsito de caminhões de cargas interrompido para as grandes empresas da região, que somam mais de dez, entre elas Jurong, Imetame e Tranpetro.
No caso das rodovias estaduais 010 e 269, estão liberados os carros de passeio e ônibus, para que não haja prejuízos para a população. A interrupção apenas dos caminhões de carga consiste em uma estratégia de pressionar as empresas a exigirem da Vale que atenda ao pleito dos indígenas, de inclusão de todas as famílias Tupiniquins das duas aldeias no programa de Auxílio Financeiro Emergencial (AFE) e o pagamento de lucro-cessante também a toda a população de Comboios.
Em Brasília, a Coordenação Geral de Gestão Ambiental (CGGAM) da Fundação Nacional do Índio (Funai) intercedeu junto à Fundação Renova, que designou um novo interlocutor para dialogar com os indígenas, o geógrafo Alessandro Corrêa, especialista em Povos Tradicionais e Indígenas.