Dos cinco membros titulares da CPI do Pó Preto da Assembleia Legislativa, três receberam financiamento de campanha da Aracruz Celulose (Fibria). A empresa até agora não foi convocada pela depor na comissão, embora os deputados já tenham marcado as chamadas “visitas técnicas” às poluidoras Vale, ArcelorMittal Tubarão e Cariacica e Samarco. Estas também tradicionalmente financiadoras das campanhas eleitorais.
A Aracruz Celulose (Fibria) financiou a campanha eleitoral de Erick Musso (PP), vice-presidente da CPI, que recebeu R$ 20 mil, e de Dary Pagung (PRP), que é o relator da CPI, que recebeu R$ 15 mil. Também financiou a campanha de Euclério Sampaio (PDT), com R$ 20 mil.
O investimento da Aracruz Celulose (Fibria) foi maior, financiando ainda as campanhas eleitorais dos deputados estaduais Guerino Zanon (PMDB), Josias Da Vitória (PDT), Eustáquio de Freitas (PSB), Padre Honório (PT), Luzia Toledo (PMDB), Gildevan Fernandes (PV).
A Aracruz Celulose (Fibria) tem três usinas para produção de celulose no município de Aracruz. O pó preto que lança no ar cheira mal, e são sentidos até a 15 quilômetros das usinas. Há quem afirme que quando o Estado recebe o vento sul, os “puns” são sentidos até em Linhares. Neste aspecto, os poluentes da empresa são diferenciados do pó preto das poluidoras da Grande Vitoria, Vale e ArcelorMittal, que também causam doenças e mortes.
Na agenda da CPI, no dia cinco de maio, às 9 horas, no plenário Dirceu Cardoso, irão depor as ex-secretárias de Estado de Meio Ambiente, Maria da Glória Brito Abaurre e Diane Rangel.
E, ainda na próxima semana, começam as visitas dos parlamentares às empresas poluidoras do pó preto. A primeira visita será à ArcelorMittal Tubarão, no dia cinco de maio. No dia oito, será a vez da Vale e, no dia 15, a Samarco, em Anchieta.
A CPI do Pó Preto é presidida pelo deputado Rafael Favatto (PEN), e o deputado Erick Musso (PP) é vice-presidente, e Dary Pagung (PRP) relator. O colegiado ainda conta com os membros efetivos Euclério Sampaio (PDT) e Gilsinho Lopes (PR).