domingo, novembro 17, 2024
22.7 C
Vitória
domingo, novembro 17, 2024
domingo, novembro 17, 2024

Leia Também:

Tupinikim e Guarani capixabas discutem a política indigenista que querem

Os índios Tupinikim e Guarani no Espírito Santo discutirão política indigenista em conferências locais. As demandas serão levadas a uma conferência regional e, depois,  debatidas e apresentadas em conferência nacional, no final do ano.
 
A conferência dos guarani será nos dias 15 e 16, na aldeia de Boa Esperança (Tekoa Porã), em Aracruz. O cacique Toninho informou que deverão participar cerca de 100  pessoas. Já os tupinikim se reunirão em Caieiras Velhas. As aldeias são localizadas em Aracruz, norte do Estado.
 
O Espírito Santo em atualmente cerca de 3.800 índios. Destes, 400 são guarani. São dez aldeias no total, que vivem em terras reconquistadas da Aracruz Celulose (Fibria). 
 
A empresa grilou as terras dos índios ainda na década de 60, e destruiu a mata atlântica e toda a sua biodiversidade. A Aracruz Celulose explorou as terras até a exaustão com plantios de eucalipto, e contaminou a área com agrotóxicos. 
 
Nas conferências, os índios definirão o que querem do Estado brasileiro. Uma das exigências é que os povos indígenas sejam tratados como comunidade tradicional, o que exige atenção diferenciada.
 
Querem, por exemplo, que o direito à terra seja respeitado. E isto não vem acontecendo, como assinalou o cacique Toninho. No Espírito Santo, querem garantia de seu território, como o de Caparaó, onde tem uma aldeia, construída com uma finalidade específica, a de esperar o contato com o Deus da Montanha, de quem esperam orientação para chegar à Terra Sem Males, que buscam desde o Rio Grande do Sul, conduzidos pela  xamã Tatantin-Rua Retée.
 
Os índios também querem garantir sustentabilidade e condições para recuperar terras que foram griladas e recuperaram, mas que não têm condições de produzir. Querem sustentabilidade tanto econômica quanto ambiental.
 
Os índios precisam viver em equilíbrio, que vêm perdendo com ocupação de seus terras, como continua ocorrendo na Amazônia, entre outros lugares. E lutam contra a invasão de suas aldeias. Até hoje igrejas das mais diversas áreas (evangélicas, católicas) ainda se instalam nas aldeias para pregar suas doutrinas. Os índios tem seus deuses, e exigem respeito à sua cultura religiosa. 
 
“Temos o desafio de garantir e desenvolver a área cultural e ambiental”, afirma  o cacique Toninho. E acentua que isto não vem ocorrendo.
 
Os índios também exigem uma educação diferenciada, com desenvolvimento do saber tradicional e manutenção de suas línguas.
 
Os índios de todo o país estão em luta contra a PEC215,  que ameaça deus direitos, como também os dos quilombolas. A PEC também ameaça terras quilombolas e unidades de conservação. 

Mais Lidas