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Vila Velha faz primeira audiência pública sobre pó preto

A primeira audiência pública para discutir os efeitos do pó preto na cidade de Vila Velha e suas consequências para a saúde dos moradores será realizada na próxima terça-feira (10). A audiência começa às 19 horas, e será realizada na plenário da Câmara Municipal, na praça Frei Pedro Palácios,  Prainha.
 
O convite foi publicado no Diário Oficial (DIO) pelo presidente da Câmara, Ivan Carlini (DEM).  A audiência do pó preto em Vila Velha foi proposta pelo vereador Osvaldo Maturano (Pros). 
 
Na proposta, ações “visando reduzir a poluição do ar pelas empresas de mineração e de siderurgia e, ainda, para buscar uma solução capaz de controlar a emissão do pó preto que atinge quase todas as regiões de Vila Velha, provocando várias doenças respiratórias na população”.
 
Na defesa da proposta, o vereador lembra que o assunto está em pauta na Grande Vitória. Merecem atenção dos moradores e políticos de Vila Velha “pois os níveis de poluição do ar ultrapassaram os limites aceitáveis. O pó preto está invadindo as casas, as ruas e os pulmões dos moradores de todos os municípios da Região Metropolitana”. 
 
Maturano defende: “temos que fazer alguma coisa e nos posicionar sobre este grave problema, que ameaça diretamente a saúde pública e a qualidade de vida dos capixabas”. 
 
Além dos poluentes produzidos pela Vale e ArcelorMittal Tubarão, localizadas no Planalto de Carapina, e arrastados por ventos para o município de Vila Velha, o município sofre com a poluição da usina da ArcelorMittal Cariacica, localizada na divisa dos dois municípios.
 
Grande Vitória no prejuízo 
 
A poluição do ar na Grande Vitória prejudica  a saúde de mais da metade da população da Grande Vitória, cerca de um milhão de pessoas (a população da região metropolitana da Grande Vitória é de 1,8 milhão de moradores (estimativa IBGE 2014). 
 
Dados de 2001 já atestam a gravidade da situação. Os números jamais foram contestados. As emissões de 28 poluentes provocam vários tipos de câncer, doenças de pele, pulmão e alergias, entre outras. Fazem os moradores perderem saúde e dinheiro, com tratamentos e prejuízos patrimoniais.
 
Os custos das doenças provocadas pelas poluidoras são enormes. Cada morador da Grande Vitória gastava em 2001, em média, cerca de R$ 100 por ano para tratar as doenças causadas pela poluição do ar. A Vale e a ArcelorMittal causavam neste período doenças que exigiam o gasto anual pela população de R$ 133 a R$ 160 milhões.
 
História das poluidoras
 
A primeira usina da Vale em Tubarão foi inaugurada em 1969. Hoje,  a empresa tem oito usinas de pelotização na região. As sete primeiras com capacidade total de produção de 25 milhões de toneladas de pelotas/ano. A oitava produzirá 7 milhões de pelotas por ano.
 
Com a  otimização da produção das usinas de I a VI e a 8ª usina serão 39 milhões de toneladas de pelotas de ferro por ano em Tubarão, o que equivale à sua nona usina. O projeto inicial da empresa para a região era de 12 usinas de pelotização, a maioria coligadas com empresas de outros países.  
 
A Grande Vitória é bombardeada ainda pelos poluentes das usinas siderúrgicas da ArcelorMittal. O  início de operação foi em novembro de 1983, como Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST). A ArcelorMittal Tubarão  produz por ano de 7,5 milhões de toneladas de aço em placas e bobinas a quente. 
 
A usina  da ArcelorMittal Cariacica produz aços laminados, perfis leves e médios para construção mecânica, torres de transmissão de energia e telecomunicações. A capacidade de produção atual é de 1 milhão de toneladas, das quais  600 mil toneladas de aço bruto e de 400 mil toneladas de produtos laminados por ano.  A produção aumentará em 200 mil toneladas anuais.

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