O Ranking do Saneamento Básico, publicação do Instituto Trata Brasil, que dá conta dos dados de atendimento de água e esgoto nas 100 maiores cidades do país, revelou que, com relação ao ano de 2012, Vitória está entre as dez cidades brasileiras que mais investiram em saneamento básico, no mesmo grupo de cidades como Cuiabá, Blumenau e Recife. A capital capixaba também aparece em oitavo lugar entre as 20 melhores cidades no indicativo entre investimento e arrecadação com serviços de água e esgoto.
Na Capital, o levantamento contabilizou 99,4% de atendimento total de água e 60% de atendimento total de esgoto, os melhores indicativos se comparada com as outras cidades capixabas. Vitória ocupa o 23º lugar geral do ranking. No estudo, é possível conferir que a média de população atendida por coleta de esgotos nos 100 maiores municípios em 2012 foi de 62,46%; à frente da média nacional de 48,29%. Quase 40 cidades possuem mais de 80% da população com coleta, mas em 29% das cidades, menos de 40% das pessoas têm acesso ao serviço.
As vizinhas Serra e Vila Velha seguem bem abaixo, ocupando respectivamente o 62º e o 64º lugar geral. Cariacica configura na 84ª posição do ranking, entre as 20 piores cidades, e está sob a observação de que, nem em 20 anos, cumprirá a meta estabelecida pelo governo federal no Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). Como estabelecido no Plansab, os municípios devem alcançar 92% de coleta de esgotos e 86% de tratamento em duas décadas. Os resultados da Trata Brasil mostraram que das 20 cidades melhor colocadas, 14 já atingiram a universalização e as outras seis se encaminham para atingi-la nos próximos anos.
Vitória investiu, no total, R$ 114,32 milhões em saneamento básico, tendo uma arrecadação de R$ 123,52 milhões, o melhor índice entre as cidades capixabas, já que configura valores próximos entre os custos e o valor reposto. Em Vila Velha, os investimentos em 2012 foram de R$ 34,65 milhões, e as arrecadações tiveram um total de R$ 93,16 milhões. Na Serra, os investimentos foram de R$ 50,78 milhões e a arrecadação de R$ 107,40 milhões. Já em Cariacica, os investimentos tiveram um montante de R$ 17,74 milhões e arrecadações de R$ 53,57 milhões.
De acordo com o Instituto Trata Brasil, esta nova edição do Ranking revela que os avanços nos serviços de água e esgotos, assim como na redução das perdas de água nas 100 maiores cidades, continuam lentos e que, se os mesmos níveis encontrados de 2008 a 2012 forem mantidos, não ocorrerá a tão sonhada universalização dos serviços em 20 anos. Para o instituto, os resultados mostram a necessidade de haver um maior comprometimento dos governos federal, estaduais e municipais para que a universalização do saneamento aconteça em duas décadas.
Com relação à perda de água, Vitória está classificada em 14º lugar entre as 20 cidades que apresentaram os melhores indicativos nesse quesito, que representa a quantidade de água perdida entre a “produção” e a disponibilização de água. Além disso, os indicativos para a evolução na perda de água apontam que a capital capixaba tem empregado esforços eficientes no combate à perda do recurso.
Em 2012, 40% das maiores cidades perderam mais de 45% da água (faturamento), sendo que 11% dos municípios perderam mais de 60%. Somente 27% perderam menos de 30%. Das 100 cidades, 62% tiveram perdas entre 30% e 60%. Vitória teve um índice de evolução nas perdas de aproximadamente 18%, enquanto esse índice foi de 0,07% em Vila Velha, de 0,05% na Serra e de 0,10% em Cariacica.
No ano de 2012, em Vitória, foram feitas 689 novas ligações de água e 13.773 de esgoto. Para a universalização, faltam 1.040 ligações de água e 40.239 de esgoto. Em Vila Velha, foram feitas 1.907 novas ligações de água, faltando 4.533; e 14.459 novas ligações de esgoto foram feitas, faltando 110.934 para a universalização. No município da Serra, foram construídas 2.128 ligações de água e 1.292 de esgoto, faltando, respectivamente, 3.612 e 74.909 ligações para a universalização. Já em Cariacica, 1.817 novas ligações de água foram construídas, faltando 9.513; e 3.911 ligações de esgoto foram construídas, faltando 128.136 para a universalização.
