O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Espírito Santo (OAB-ES), Agesandro da Costa Pereira, morreu nesta segunda-feira (28), aos 88 anos. Ele estava internado há alguns dias e teve complicações decorrentes de uma pneumonia. Agesandro esteve à frente da Ordem por nove gestões.
A OAB, ao comunicar o fato, destacou que Agesandro marcou a história da instituição e da advocacia brasileira e, por seus méritos e coragem cívica, recebeu a medalha Ruy Barbosa, a mais alta condecoração do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. “Agesandro da Costa Pereira foi um defensor dos direitos humanos e liderou a sociedade civil capixaba em um dos momentos mais duros de nossa história, na luta contra o crime organizado. A advocacia capixaba e a advocacia brasileira amanheceram de luto”, destacou em nota.
Ainda nos primeiros anos de atividade profissional, como lembra a Ordem, Agesandro prestou concurso para a magistratura, tendo sido aprovado. Poucos meses depois de assumir o cargo de juiz, exonerou-se. “Minha função é advogar”, explicava sempre aos que perguntam os motivos. Para Agesandro, exercitar o direito, buscar a justiça, garantir a defesa de quem dela necessita são atividades só plenamente possíveis na advocacia. E essa já era, àquela época, uma missão da qual ele não abria mão.
No Espírito Santo, atuando como advogado e professor na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Agesandro sempre foi conhecido como um professor que fazia questão de inserir no conteúdo de suas disciplinas, questões relacionadas à cidadania, aos direitos humanos. Em palestras, lembrava, com freqüência, o percurso histórico da democracia e da conquista dos direitos de sua origem aos dias de hoje.
Em 1985 foi relator do Regimento Interno da Comissão de Direitos Humanos, criada pouco tempo antes no âmbito da Seccional capixaba da OAB. A partir de então começou a atuar, pela Ordem, em situações em que a violência predominava e os direitos humanos eram desrespeitados. O ex-presidente da OAB também estimulou e fomentou a criação do Fórum Permanente contra a Violência e a Impunidade, criado no final de outubro de 1999.
A morte de Agesandro gerou manifestações da categoria e da classe política. A Assembleia Legislativa decretou luto oficial de três dias.
O velório aconteceu na tarde desta segubnda, na sede da OAB-ES, Centro de Vitória, e o enterro às 17 horas, no Cemitério Jardim da Paz, na Serra