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Candidatos ignoram decisões do STF e PT analisa se aciona Justiça

Por ter erguido em frente ao seu comitê de campanha, na Praia do Canto, um boneco inflável do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido de presidiário, o vereador de Vitória Armando Fontoura Filho, o Armandinho (PL), afastado das funções e candidato à reeleição, poderá ser cobrado na Justiça Eleitoral pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Apesar de proibido de usar as redes sociais, ele fez postagens com ataques ao governo federal, ao PT e a políticos de esquerda.

A representação contra o vereador é analisada pelo partido na tarde desta terça-feira (10), no segundo dia em que o cruzamento da rua Eugênio Neto, em frente à Igreja Santa Rita, virou atração no bairro com o boneco inflável de Lula, onde o vereador gravou ataques ao governo e ao presidente.

“É isso aí, pessoal, segunda-feira, nova semana, nós temos um vizinho novo na Casa Bolsonaro…o famoso Pichuleco…começaram a atacar nossa campanha, os esquerdistas, petralhas, e esses esquerdistas não terão vez, porque ninguém gosta da corrupção do PT, da ladroagem (…)”.

Armandinho Fontoura é investigado por suposta atuação em uma milícia digital dedicada à incitação de atos antidemocráticos e divulgação de notícias falsas sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) e a segurança das urnas eletrônicas. Ele ficou preso por um ano e foi solto em dezembro de 2023, mas continua afastado das funções na Câmara. Em julho deste ano, inaugurou a “Casa Bolsonaro” em um imóvel onde funcionava o curso de inglês Wizard, do bolsonarista Carlos Roberto Martins. Ali montou seu comitê de campanha.

Como o vereador afastado, candidatos de partidos ligados ao bolsonarismo nas eleições municipais deste ano têm burlado as decisões judiciais livremente. As campanhas deveriam ser um pouco restritas, a fim de cumprir medidas cautelares impostas pelo Supremo, mas, dos quatro concorrentes na Grande Vitória, três usam redes sociais, prática proibida, que inclui também se ausentar de suas residências à noite e o uso de tornozeleiras eletrônicas.

Fazem postagens de campanha em perfis nas redes denominados “apoiadores de” ou “amigos de” ou usam parentes para veicular as mensagens, como forma de burlar as determinações, mas, em muitas peças, os próprios candidatos aparecem sem demonstrar que desejam ocultar a desobediência. De todos, o mais “destemido” é o vereador de Vitória Armandinho (PL).

O Capitão Assumção (PL), candidato a prefeito e processado por esse mesmo motivo, também usa redes sociais, com perfis camuflados. Nas postagens, ao invés do nome, aparecem “amigos” ou “apoiadores”. O deputado chegou a ser preso, em fevereiro deste ano, por descumprimento de medidas cautelares, decisão que foi derrubada pela Assembleia Legislativa. Assumção usa tornozeleira eletrônica desde dezembro de 2022 e ainda deve obrigações ao Supremo – teve que entregar seu passaporte às autoridades, está proibido de se ausentar do Estado, e continua impedido de usar suas redes sociais.

Fabiano Oliveira, o pastor Fabiano (PL), preso em dezembro de 2022 como um dos líderes do acampamento montado na Prainha de Vila Velha, e solto um ano depois, é candidato a vereador. Na época, ele ficou foragido durante cinco dias, e foi localizado pela Polícia Federal em uma manifestação, de caráter golpista, em frente ao 38º Batalhão de Infantaria do Exército.

Já o publicitário Max Pitangui, do PRD, que esteve foragido até no Paraguai, candidato a vereador na Serra, faz campanha com tornozeleira eletrônica, e “pega carona” em peças do candidato a prefeito Pablo Muribeca (Republicanos), da sua coligação partidária.

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