Movimento Policiais Antifascistas, integrado pelo capitão Sousa, quer mais cidadania para o setor
Após tomar conhecimento mais detalhado do conteúdo processual, ele vai montar sua defesa com base no exercício de um direito garantido pela Constituição, segundo disse a Século Diário. As denúncias apresentam postagens em redes sociais e fotografias de atos promovidos por movimentos sociais.
“Como cidadão, é um cerceamento de meus direitos à opinião e à manifestação. Como policial militar, é uma perseguição por minhas convicções políticas”, comenta o capitão, e destaca: “Vou formular defesa e apresentar no processo mostrando isso tudo”.
O processo também insere fotografias da última manifestação “Fora Bolsonaro” em Vitória, ocorrida em 24 de julho, da qual ele participou, e também de atividades do Movimento Policiais Antifascistas, formado por militares de várias patentes, policiais civis e rodoviários federais, agentes penitenciários e guardas municipais.
Em um dos trechos, o capitão Sousa aparece com o deputado federal Helder Salomão e a deputada estadual Iriny Lopes, ambos do PT. As acusações apontam que ele desenvolveu atividades que visaram “conspurcar a imagem da Corporação, publicar e distribuir conteúdo que atenta contra a disciplina e a ética, promover e participar de manifestação individual e coletiva criticando autoridade militar ou civil com termos ofensivos, pejorativos ou desrespeitosos, combinado com atividade político-partidária”.
“O que me deixou mais chocado foi a utilização de fotos do deputado Helder Salomão e da deputada Iriny, como se isso fosse prova de que eu estou afrontando a imagem da instituição. A que ponto chegou esse negócio?”, questiona o capitão.
O capitão Sousa reafirma que não está ligado à área político-partidária e destaca que, como qualquer manifestação, o Movimento Policiais Antifascista faz pressão sobre pautas de interesse coletivo, mas sem o objetivo de s transformar em partido político. “O movimento faz o debate público e pressiona os atores da política institucional. Então nesse sentido aí, o movimento se relaciona, mas de forma independente, construtiva”.
Ele entende que o policial é trabalhador, deve ser inserido na faixa de todos os cidadãos, com direitos e deveres iguais. Nesse sentido, tem participado de atos em defesa de um conceito de cidadania mais abrangente, “plena”, para o setor.