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Adiamento da decisão sobre candidatura de Contarato não arrefece militância

Discurso de Fabiano Contarato, sua votação para o Senado e o tom irredutível de Casagrande são pontos sob análise

O adiamento para a próxima segunda-feira (20) das tratativas entre o PT e PSB sobre a pré-candidatura do senador Fabiano Contarato ampliou os espaços de debates nas redes sociais, uma das principais formas de manter pressão em torno do assunto, que envolve a alta cúpula dos dois partidos em nível nacional e o ex-presidente Lula. Neste fim de semana, vários comitês populares se reúnem para um balanço das ações.

Um dos pontos considerados é o tom do discurso de Contarato sábado passado (11), durante o ato de confirmação da pré-candidatura realizado no Sindicato dos Bancários, em Vitória. O senador jogou a responsabilidade para a direção nacional do PT, com total apoio do diretório estadual e da militância, que puxou toda a movimentação. Organizadores de comitês acreditam que até segunda-feira poderá haver um novo entendimento para favorecer a pré-candidatura de Contarato.

A posição irredutível do governador Renato Casagrande (PSB) em acolher nomes do PT em sua chapa é apontada nos bastidores como fator que pode mudar o entendimento da direção nacional, cuja tendência é sacrificar candidatos ao governo no Espírito Santo e Rio Grande do Sul para favorecer Fernando Haddad, que concorre ao governo paulista.

“Conversei com dirigentes do partido e tenho confiança que o nome do senador Contarato vai permanecer como pré-candidato”, diz uma liderança petista, mantendo o anonimato. Soma-se aos argumentos levados à direção da legenda, a densidade eleitoral de Contarato, a partir de 2018, quando se elegeu para o Senado.

O atual senador alcançou 1,11 milhão de votos, superando a votação do governador Renato Casagrande (PSB) – 1,07 milhão -, surpreendendo os meios políticos por ser um candidato estreante e ter conseguido passar à frente dos então senadores Magno Malta (PL), nome alinhado ao público evangélico, que obteve 611,2 mil votos, e Ricardo Ferraço (PSDB), ligado ao setor empresarial, com 480 mil, que sofreram a derrota.

O desempenho de Contarato no Senado, bem avaliado não apenas no Estado, mas em nível nacional, reforça sua imagem, levando a militância a exigir um projeto alternativo à política de desenvolvimento direcionado pela ONG “Espírito Santo em Ação”. Esse bloco, que reúne grandes empresários, foi criado na primeira gestão do ex-governador Paulo Hartung e, desde essa época, comanda a economia no Estado, com forte influência nas decisões de governo.

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