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Agricultores familiares querem ocupar prefeituras e legislativos

Trabalhadores rurais estão na disputa para uma vaga no legislativo e no executivo nas eleições deste ano. Ao todo, são 10 candidatos, que têm como apoiadores organizações como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Oito concorrem a uma vaga como vereador. Desses, uma candidatura, em São Mateus, no norte, busca a reeleição. Também há um candidato concorrendo a prefeito, em Marechal Floriano, na região serrana, e um para vice-prefeito, em Águia Branca, no noroeste.

O integrante da coordenação estadual do MST, Marco Antônio Carolino, afirma que, historicamente, em estados como Bahia e Rio Grande do Sul, o movimento lança muitos candidatos. No Espírito Santo, isso tem se identificado a partir de 2016, com o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). “O golpe sinalizou o acirramento da luta de classe dentro da disputa eleitoral. Nós precisamos nos colocar. Não é nossa prioridade, mas os militantes que têm vontade de se candidatar, a gente apoia”, diz.

A prioridade do MST, explica Carolino, é a ocupação de terras e a luta contra o latifúndio. “Se a gente perde isso de vista, perde nossa essência. O MST não é partido, é movimento de luta pela terra, mas muitas das nossas reivindicações, fazem parte da disputa eleitoral”, defende.

As pautas a serem defendidas por esses candidatos, caso eleitos, aponta Carolino, não divergem muito em cada um dos municípios. Ele destaca a necessidade de melhoria nas políticas de comercialização dos produtos agrícolas; infraestrutura, como estradas e maquinário para processamento da produção; e a defesa da educação do campo; da agroecologia e de políticas públicas com foco nas mulheres e jovens.

As candidaturas apoiadas pelo MST são as da vereadora Ciety (PT), em São Mateus; Serginho Cardoso (PT), em Montanha (extremo norte); Picapau do Sem Terra (PT), em São José do Calçado (Caparaó); Valdeni Ferraz (Psol), em Vitória; Mario Lucio (PRD), em Apiacá (sul); e Agnaldo Cardoso (PT), em Nova Venécia (noroeste).

Ciety, candidata à reeleição, é moradora do assentamento Jorgina, o primeiro do Espírito Santo. A cidade de São Mateus, na qual ela disputa uma vaga para a Câmara, informa Carolino, tem eleito vereadores do MST desde 1988, e é o município com o maior número de assentamentos no Espírito Santo. Além do Jorgina, há o Vale da Vitória, Pratinha, 13 de Setembro, Juirana e Zumbi dos Palmares. Ao todo, são 500 famílias assentadas. O coordenador estadual do MST atribui a isso o fato de sempre elegerem vereadores nessa cidade.

O MPA apoia, ainda, a reeleição do prefeito Jailson Quiuqui (PT), de Águia Branca (noroeste), que tem como vice Efrem Ricardo (PT), do MPA; a candidatura de Reginaldo Penha (PT) a prefeito em Marechal Floriano, na região serrana; Luizmar de Souza Vieira (PT), em Água Doce do Norte, no norte; e Valmir Noventa (PT), em São Mateus, no norte. Esses dois últimos são candidatos a vereador.

“Entendemos que é um espaço que precisa ser ocupado por camponeses e camponesas, para que as políticas públicas que existem sejam ampliadas e que novas sejam criadas, garantindo a implementação, de fato, de todas elas”, destaca o integrante da coordenação estadual do MPA, Dorizete Cosme.

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