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Agricultores familiares reelegem candidatos em Águia Branca e Apiacá

Efrem Ricardo continua vice-prefeito em Águia Branca, e Mário Lucio vereador em Apiacá

Os agricultores familiares reelegeram dois candidatos ligados aos movimentos do campo. Um deles é Efrem Ricardo Basílio da Silva (PT), vice-prefeito de Águia Branca, noroeste do Espírito Santo, na chapa com Jailson Quiuqui (PP), atual gestor da cidade. Efrem é da coordenação estadual do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), de quem teve apoio na candidatura. O outro é Mário Lucio (PRD), atual presidente da Câmara Municipal de Apiacá, no sul, apoiado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Um dos integrantes da coordenação estadual do MPA, Dorizete Cosme, comemora a reeleição de Efrem. O agricultor relata que em sua gestão junto com o prefeito Jailson Quiuqui, o vice conseguiu consolidar políticas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Compra Direta de Alimentos (CDA).

O MPA apoiou outras quatro candidaturas: Reginaldo Penha (PT), para prefeito em Marechal Floriano, na região serrana; e para vereadores Luizmar de Souza Vieira (PT), em Água Doce do Norte; e Valmir Noventa (PT), em São Mateus, no norte. Dorizete acredita que se o poder econômico não interferisse, mais candidaturas de agricultores familiares teriam sido eleitas. “Nossos candidatos fizeram um trabalho bonito, um trabalho de base, mas o poder econômico foi determinante em algumas situações”, avalia. Ele aponta que ainda há muita compra de votos com dinheiro em espécie e por meio de itens como cesta básica e material de construção.

O MST também apoiou outros candidatos além de Mário Lucio, todos para vereador: Serginho Cardoso (PT), em Montanha (extremo norte); Picapau do Sem Terra (PT), em São José do Calçado (Caparaó); Valdeni Ferraz (Psol), em Vitória; Agnaldo Cardoso (PT), em Nova Venécia (noroeste); e Ciety (PT), em São Mateus, que não conseguiu se reeleger.  Com a não reeleição de Ciety e a não eleição de outro candidato apoiado pelo MST em São Mateus, o movimento quebrou um ciclo de 36 anos elegendo vereados na cidade.

O integrante da coordenação estadual do MST, Marco Antônio Carolino, também acredita que o poder econômico influenciou no resultado eleitoral. “Eleição para vereador é um espaço de disputa grande, e desleal, pois, entre os candidatos, juntando os de todos partidos, uns têm mais recursos financeiros do que outros “, afirma. Ainda assim, Carolino acredita que a reeleição de Mário Lucio deve ser comemorada pelo fato de ele ser pequeno agricultor, técnico agrícola e já ter trabalhado com assistência técnica em assentamentos do MST, além de, em seu mandato, ter conseguido emendas parlamentares destinadas à agricultura familiar.

Projetos para os novos mandatos

Mário Lucio, que vai para o terceiro mandato na Câmara de Apiacá, informa que um dos seus focos na nova legislatura é o incentivo à organização dos trabalhadores rurais em associações. O vereador acredita que isso é importante para que, juntos, possam levantar suas demandas e fazer as reivindicações. Ele diz, ainda, que pretende continuar buscando emendas parlamentares.

Em seu mandato, acrescenta, conseguiu emendas com a deputada estadual Iriny Lopes (PT), o deputado federal Helder Salomão (PT) e o senador Fabiano Contarato (PT), que possibilitaram a aquisição de tratores, secadores e transportadoras agrícolas. “Ocupar espaços como a Câmara faz parte da luta de classe. É importante para ter voz e representatividade”, defende.

Apesar de ser vice, e não prefeito, Efrem acredita que sua reeleição foi um desafio no contexto atual. “Sendo um militante, ganhar uma eleição em uma conjuntura como a do Brasil e a do Espírito Santo, em que a esquerda tem perdido espaço político eleitoral, é uma vitória. Mostra o importante trabalho que fizemos na prefeitura”, diz, destacando que o prefeito era do Cidadania, partido que considera de direita, foi para o PP, o qual aponta como centro-direita, “mas sua cabeça é de centro-esquerda”, o que, afirma, possibilitou uma atuação importante na defesa da agricultura familiar, como o impulsionamento do PNAE, CDA e PAA.

Efrem relata que, no processo de formação da chapa, uma das condições para permanecer foi que a nova gestão abraçasse mais projetos com foco na agricultura familiar, como o incentivo à transição para a agroecologia e para a diversidade na produção de alimentos.

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