Em entrevista ao jornal Valor Econômico nessa segunda-feira (21), o ex-ministro da Educação do governo Dilma, o filósofo Renato Janine Ribeiro fala sobre o cenário político e as poucas chances do PT nacional para a disputa eleitoral em 2018. Mas chama a atenção a avaliação do professor sobre a situação do PSDB.
Ao ser perguntado sobre as opções para o futuro, Janine aponta o erro tucano e do PMDB em se alinhar ao presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o que acabou dando fôlego ao PT. Outro erro, na opinião do filósofo, foi o fato de Aécio Neves sair do pleito com o discurso de injustiçado em vez de fazer uma avaliação dos erros cometidos.
A análise de Janine serve não só para o PSDB nacional, mas também para o cenário local. Assim como o partido precisa entender o porquê da derrota nas últimas quatro eleições presidenciais, o tucanato capixaba precisa ainda entender o que fez com que Luiz Paulo perdesse uma eleição em que era colocado como favorito na disputa em Vitória.
Precisa entender também, por que Luiz Paulo, apesar da bem-avaliada gestão na prefeitura de Vitória, com dois mandatos, não conseguiu eleger em 2004 o hoje vice-governador César Colnago como sucessor, perdendo a disputa para João Coser (PT). E voltando a perder quando depositou seu apoio ao então candidato Luciano Rezende, que foi derrotado em 2008 por João Coser.
Nas duas disputas, destaca-se a ingerência do governador Paulo Hartung no debate eleitoral. Na primeira, em 2008, o governador utilizou seu então vice Ricardo Ferraço para apoiar João Coser contra a candidatura de Rezende. Posteriormente, em 2012, ao subir no palanque de Luiz Paulo, Hartung, fora do Palácio Anchieta, tirou votos do tucano em vez de acrescentar força à candidatura, que entrava na reta final da disputa com a vitória nas mãos.
Novamente o PSDB entra da disputa eleitoral de Vitória como favorito e pleiteia o apoio do governador ao seu palanque. A questão é que se Luiz Paulo vencer a eleição na Capital dará ao governador uma vitória no jogo político contra o ex-governador Renato Casagrande. De outro lado, se o tucano perder a eleição fragiliza seu capital eleitoral. Acumularia mais uma derrota, seria a quarta consecutiva: governador em 2010; prefeito 2012; deputado federal em 2010.
