De 21 vereadores eleitos, somente quatro são do campo de oposição ao prefeito
Como esperado, o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), foi declarado reeleito neste domingo (6), às 18h20, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com folga de votos. Com quase 100% das urnas apuradas, ele já soma 79% dos votos, o que representa 190,6 mil, muito à frente do seu principal adversário, Coronel Alexandre Ramalho (PL), com 17,2% (41,4 mil).
A marca supera sua eleição em 2020, quando tirou do cargo o ex-prefeito Max Filho (PSDB), no segundo turno, com 69,18%.
O prefeito não encontrou, durante a campanha, dificuldades em superar seus adversários. Impulsionado pela aliança com o governador Renato Casagrande (PSB), pessoalmente engajado na reeleição, e com a garantia de investimentos em obras no município, Arnaldinho conseguiu fechar uma ampla aliança, com 13 partidos – além do Podemos e PSB, o PP, Republicanos, PDT, MDB, PRD, DC, Novo, PMB, Agir, União e PSD.
O vice saiu também dessa parceria, com a escolha de Cael Linhalis, do PSB, motivo de polêmica e rachas na base de apoio do prefeito, devido ao recuo do compromisso que teria sido firmado com um antigo aliado, Bruno Lorenzutti (MDB), presidente da Câmara Municipal. O anúncio foi mal digerido por Lorenzutti, que apontou traição e não disputou a Câmara, nem apoiou nenhum candidato majoritário no município.
Cobiçado por vários partidos desde que deixou o Podemos, Coronel Ramalho não conseguiu, no PL, consolidar um palanque capaz de ameaçar a cadeira de Arnaldinho. Não surtiram efeito as sucessivas críticas à gestão municipal e a tentativa de colar no prefeito a marca de representante do campo da esquerda.
Os outros candidatos tiveram participação inexpressiva no pleito. Após polêmica no PT sobre lançar uma candidatura única ou não, João Batista Babá consolidou seu nome, mas não conseguiu avançar. Alcançou apenas 2,61% (5,6 mil votos) e não obteve sucesso em fechar uma aliança de esquerda no município com o Psol, que lançou Nicolar Trancho, também com baixa votação, 0,78% (1,7 mil).
O candidato do ex-prefeito Max Filho, Maurício Gorza (PSDB), teve votação ainda menor, com 0,23% (512). O outro candidato, Gabriel Ruy (Mobiliza), que apareceu de última hora na disputa, atingiu apenas 0,18% (390).
No município, os votos válidos somaram 255,6 mil; nulos somaram 2,9%; e brancos 2,6%.
Base ampla
Na Câmara, a coligação de Arnaldinho Borgo fez 17 dos 21 vereadores, mantendo a maioria esmagadora do legislativo.
O ex-deputado estadual e ex-vereador Dr. Hércules, do PP, foi o campeão de votos, com 7,2 mil. O partido elegeu ainda Renzo Mendes (4,4 mil) e Jonimar (3,2 mil).
O Podemos, legenda de Arnaldinho, garantiu seis cadeiras: Rogério Cardoso (5,3 mil), Anadelso Pereira (4,9 mil), Léo Pindoma (4,7 mil), Joel Rangel (4,3 mil), Thiagão Henker (3,3 mil) e Ivan Carlini (3 mil).
O vereador Devanir Ferreira foi reeleito pelo Republicanos, com 2,6 mil votos, assim como Patrícia Crizanto pelo PSB, que atingiu 3,6 mil.
O PRD elegeu Oswaldo Maturano (3,3 mil) e Alex Recepute (2,4 mil); o União, Weber da Segurança (2,3 mil); o MDB, Ademir Pontini (2,2 mil); o Agir, Flávio Pires (3,1 mil); e o DC, Carol Caldeira (2 mil).
Na oposição, a eleição marca o retorno de Devacir Rabello (PL), o segundo mais votado, com 5,4 mil, puxando votos para outros nomes do partido: Pastor Fabiano e Patrick da Guarda, respectivamente com 2,9 mil e 2,5 mil. Já o PT conseguiu retornar à Câmara depois de anos, com a eleição de Rafael Primo, com 1,7 mil.
Os dois vereadores que chegaram ao legislativo há pouco tempo, após processos de cassação que tiraram os mandatos de Devacir e Joel Rangel, não conseguiram se reeleger: Heliosandro Mattos (PP) obteve 1,2 mil votos, e Fábio Barcellos (Republicanos), 1,3 mil.
Os reeleitos, ao todo, foram dez: Anadelso Pereira (Podemos), Devanir Ferreira (Republicanos), Flávio Pires (Agir), Jonimar (PP), Léo Pindoba (Podemos), Oswaldo Maturano (PRD), Patrícia Crizanto (PSB), Renzo Mendes (PP), Rogério Cardoso (Podemos) e Welber da Segurança (União).