Erick Musso criticou a politização e a disputa ideológica em torno das vacinas, tratadas também em reunião entre Casagrande e Bolsonaro
A medida, de caráter excepcional, aplica-se a aquisições feitas para o combate à pandemia do novo coronavírus, mediante o registro dos produtos e equipamentos em renomadas agências de regulação no exterior. A aprovação do projeto representa um reforço a decreto do governador Renato Casagrande (PSB), de março deste ano, e uma barreira à politização da questão pelo presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Dória (PSDB-SP).
Durante a votação do projeto, o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos) comentou informação passada pelo governador Renato Casagrande (PSB), que, após reunião com o presidente Bolsonaro, em Brasília, declarou que ele prometeu editar nas próximas horas uma Medida Provisória no valor de R$ 20 bilhões para a compra de todas as vacinas aprovadas pela Anvisa, dentro do Plano Nacional de Imunização da Covid-19.
Essas informações foram dadas, também, em entrevista do governador com a imprensa depois do encontro com o presidente da República. Casagrande disse que reafirmou sua posição sobre a necessidade de adquirir todas as vacinas aprovadas pela Anvisa.
“Propus, até em nome de outros governadores, que a Fiocruz, que está planejada e contratada para fazer 500 mil doses por dia, possa fazer uma relação com a Índia, que produz a mesma vacina da AstraZeneca, e tem capacidade de fazer um milhão de doses, e pode fornecer insumos, numa relação diplomática, para que o Brasil possa aumentar a sua capacidade de produção”, disse o governador.
Erick Musso, que apresentou o PLC, enfatizou que o Brasil está em atraso, “causando retrocesso à rotina normal do comércio”, e citou o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que pediu a interferência do Supremo Tribunal Federal (STF) para solucionar o impasse criado com a politização da questão, ressaltando que não compactua politicamente com ele.
Para Erick Musso, não importa de que país seja a vacina, nem a disputa ideológica entre o presidente da República e o governador de São Paulo, uma “discussão fútil”, como criticou. “Essa briga de paternidade entre o governador João Dória e o presidente Jair Bolsonaro não nos cabe”, afirmou, enfatizando a necessidade de também comprar as vacinas já validadas pela Anvisa.