Meneguelli, Assumção, Coser e Camila foram mais votados. Tanto bolsonarismo como esquerda terão mais mandatos
Assim como no panorama nacional, os resultados da extrema-direita surpreenderam as expectativas na disputa pela Assembleia Legislativa. O PL, do atual presidente Jair Bolsonaro, ficou com a maior bancada, com cinco eleitos. A eles podem fazer coro principalmente eleitos por partidos Republicanos, PP e PTB.
Isso pode colocar em evidência pautas morais, que geralmente esse campo utiliza para ganhar visibilidade e agradar o eleitorado, rebaixando o nível dos debates no parlamento. Formariam provavelmente base de um eventual governo de Carlos Manato (PL) e poderiam dar trabalho se resolvem formar oposição, caso Renato Casagrande (PSB) vença no segundo turno. Ou podem cobrar um preço alto para apoiar o atual governador se eleito, exigindo dele muitas concessões em pautas conservadoras e cargos.
Por outro lado, a esquerda, que havia sofrido uma dura derrota em 2018 no auge do antipetismo, ampliou o número de cadeiras. Iriny Lopes (PT), reeleita, mais que dobrou sua votação em relação à eleição anterior, e João Coser (PT), com o recall alto de um ex-prefeito e ex-deputado federal, ficou entre os mais votados. Com Camila Valadão, atual vereadora de Vitória, o Psol elegeu sua primeira deputada estadual, embora Brice Bragato já tenha exercido parte de um mandato pelo partido, após sair pelo PT, pelo qual havia sido eleita.
Os três eleitos pela esquerda devem ser oposição a um governo de Manato. Caso vença Casagrande, o PT tende atuar na base, ainda que criticamente, sendo que nos bastidores especula-se que o ex-governador haveria se comprometido a apoiar João Coser como futuro presidente da Assembleia Legislativa, como parte da negociações que levaram à renúncia da candidatura do senador Fabiano Contarato (PT) ao governo. Camila Valadão tende a adotar uma postura independente ou de oposição a Casagrande.
Meneguelli é campeão de votos
Como era esperado, o campeão de votos para a Assembleia Legislativa foi Sergio Meneguelli (Republicanos), que teve que recuar de sua pré-candidatura ao Senado. Ele alcançou 138,5 mil votos e ficou em primeiro entre todos os candidatos a deputados do Estado, incluídos os federais, em que costumam ter mais votos. O segundo lugar isolado ficou com o bolsonarista Capitão Assumção (PL), reeleito com 98,6 mil votos. Dois nomes de esquerda vieram a seguir: João Coser (PT), com 58,2 mil e Camila Valadão, que teve 52,2 mil votos, sendo a mulher mais votada na história para a Assembleia.
No total, o resultado foi uma renovação de mais da metade dos deputados estaduais. Nas 30 vagas, 14 foram reeleitos. São eles: Capitão Assumção, Marcelo Santos (Podemos), Iriny Lopes (PT), Vandinho Leite (PSDB), Raquel Lessa (PP), Janete Sá (PSB), Delegado Danilo Bahiense (PL), Adilson Espíndula (PDT), Ferraço (PP), Hudson Leal (Republicanos), Alexandre Xambinho (PSC), José Esmeraldo (PDT), Dary Pagung (PSB) e Fabricio Gandini (Cidadania).
Dos outros 16 eleitos, apenas João Coser já exerceu mandato na Assembleia (por duas vezes). Estrearão na casa Camila Valadão; o ex-secretário e homem de confiança de Casagrande, Tyago Hoffmann (PSB); o médico Dr. Bruno Resende (União Brasil); o militante bolsonarista Lucas Polese (PL), de 26 anos; Lucas Scaramussa (Podemos), com base em Linhares; Deninho Silva (União Brasil), vereador mais votado de Vitória; Pablo Muribeca (PTB), vereador da Serra; Mazinho dos Anjos (PSDB), ex-vereador de Vitória; Callegari (PL), com base em Cachoeiro de Itapemirim; Zé Preto (PL), vereador de Guarapari; Alcântaro (Republicanos), ex-vereador de Aracruz; Alan Ferreira (Podemos), vereador de Cachoeiro de Itapemirim; Bispo Alves (Republicanos), que já foi deputado estadual no Rio de Janeiro e tem base evangélica; e Coronel Weliton (PTB), que tem base eleitoral em Iúna e na região do Caparaó.
Ex-deputados fracassam na disputa para a Câmara e Senado
Dos 30 atuais deputados, 22 concorreram à reeleição. Sete foram candidatos a deputado federal: Rafael Favatto (PATRI), Freitas (PSB), Marcos Garcia (PP), Luciano Machado (PSB), Renzo Vasconcelos (PSC), Sergio Majeski (PSDB), Torino Marques (PTB). Nenhum deles conseguiu a vaga na Câmara.
Além deles, Erick Musso, presidente da Assembleia, concorreu ao Senado e acabou ficando em terceiro lugar, atrás de Magno Malta (PL), eleito para um novo mandato, e Rose de Freitas (MDB), que não conseguiu a reeleição.
Deputados estaduais eleitos no Espírito Santo em 2022
Sérgio Mengeguelli (Republicanos)
Capitão Assumção (PL)
João Coser (PT)
Camila Valadão (PSOL)
Marcelo Santos (Podemos)
Iriny Lopes (PT)
Tyago Hoffmann (PSB)
Dr. Bruno Resende (União Brasil)
Lucas Polese (PL)
Vandinho Leite (PSDB)
Lucas Scaramussa (Podemos)
Raquel Lessa (PP)
Deninho Silva (União Brasil)
Janete Sá (PSB)
Delegado Danilo Bahiense (PL)
Pablo Muribeca (PTB)
Adilson Espíndula (PDT)
Ferraço (PP)
Hudson Leal (Republicanos)
Mazinho dos Anjos (PSDB)
Alexandre Xambinho (PSC)
José Esmeraldo (PDT)
Dary Pagung (PSB)
Gandini (Cidadania)
Callegari (PL)
Zé Preto (PL)
Alcântaro (Republicanos)
Alan Ferreira (Podemos)
Bispo Alves (Republicanos)
Coronel Welton (PTB)