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Ato contra o 8 de janeiro critica bolsonarismo e pede punição dos envolvidos

Em Vitória, manifestantes pediram a prisão de Jair Bolsonaro e cassação de Magno Malta e Marcos do Val

Leonardo Sá

A escadaria principal da Assembleia Legislativa ganhou um colorido diferente na tarde segunda-feira (8) com bandeiras de movimentos sociais, partidos políticos, sindicatos, na manifestação para lembrar a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. Nos discursos, a palavra de ordem foi a prisão de todos os envolvidos, sem anistia, com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tornado inelegível e ameaçado de ser preso, apontado com inspirador do golpe.

Cartazes com fotos dos senadores Marcos do Val (Podemos) e Magno Malta (PL) circulavam entre os manifestantes, com pedido de cassação dos mandatos por envolvimento em manobras golpistas. 

Leonardo Sá

Há um ano, nesta data, centenas de seguidores do ex-presidente depredaram os prédios dos três poderes da República, na tentativa de derrubar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, empossado havia uma semana. Manifestações idênticas ocorreram em várias capitais, como forma de reforçar a democracia no país.


No Senado, convocados pelo presidente Lula, os presidentes dos três poderes, governadores e outras lideranças também se manifestaram contra o golpe e pediram a punição dos envolvidos. Denominado “Democracia Inabalada”, o evento marcou a reconstrução não apenas dos móveis, obras de arte e objeto tombados pelo Patrimônio Histórico, mas, também, o estado democrático de direito.

No discurso, o presidente Lula apontou Bolsonaro como “golpista” e pediu punição exemplar contra quem apoiou os atos terroristas de 8 de janeiro. “Se a tentativa de golpe fosse bem-sucedida, muito mais do que vidraças, móveis, obras de arte e objetos históricos teriam sido roubados ou destruídos. A vontade soberana do povo brasileiro, expressa nas urnas, teria sido roubada. E a democracia, destruída”, afirmou o presidente. 
Leonardo Sá

No ato em Vitória, a deputada estadual Camila Valadão (Psol), pré-candidata a prefeita de Vitória, afirmou: “Acho muito importante a gente iniciar o ano nas ruas para dizer que não aceitamos golpismo e reafirmar a democracia. Neste ano a gente completa o primeiro ano da tentativa de golpe, que foi fracassada e por isso existe a necessidade de ter esta data como marco importante para recordar, para que não se repita”.

A parlamentar enfatizou que é preciso “exigir que aqueles que fizeram o quebra-quebra em Brasília, os que fomentaram, financiaram, sejam punidos, sem anistia, para que todos os golpistas sejam presos e Bolsonaro, o principal orquestrador dessa tentativa de golpe, também seja preso”.

A vereadora de Vitória Karla Coser (PT) disse que o ato “é um momento muito importante pra gente deixar registrado que a gente está sempre do lado da democracia, que é inegociável”. Ela também pediu a punição de todos os envolvidos.

Já o também vereador de Vitória André Moreira (Psol), “o 8 de janeiro de 2023 ainda não acabou: os sinais estão aí, a tentativa de levar o MST [Movimento doe Trabalhadores sem Terra] para uma CPI, a tentativa de desarticular o governo com várias audiências da extrema direita convocando ministros mostra que isso ainda não terminou”.

Para ele, é preciso lembrar é que existem golpistas atuando. “Temos golpistas na Assembleia, temos golpistas nas câmaras municipais, temos golpistas, entre supermercadistas, como é o caso do Perim [rede de supermercados], que financiou, descaradamente. Então veja só: a gente precisa estar nas ruas lutando não só pela democracia, mas também pelos direitos sociais, que estão sendo acabados neste país”.

A manifestação em Vitória, organizada por movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos, contou com reduzida participação de lideranças políticas. O deputado Federal Helder Salomão (PT) foi o único representante da bancada capixaba no Congresso Nacional. Em seu discurso, ele repudiou a tentativa de golpe e pediu que todos os envolvidos sejam responsabilizados, sem anistia.

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