Os dois principais atos do Dia do Trabalho, celebrado nesta terça-feira, 1º de maio, confirmam a antiga divisão nos movimentos sindicais e nos partidos de esquerda, este ano ainda mais acentuada por conta das eleições de outubro.
Na manifestação realizada em Cariacica, uma das mais tradicionais do Estado, estarão presentes o ex-prefeito do município, Helder Salomão (PT), candidato à reeleição para deputado federal, segundo informou sua assessoria, juntamente com o candidato ao governo pelo Psol, o advogado André Moreira.
Em Vitória, no ato da Praça Oito, participarão o ex-prefeito de Vitória João Coser, presidente estadual do PT e candidato à Câmara Federal, além dos representantes das centrais sindicais e movimentos sociais e de povos indígenas..
PT, Psol e PCdoB buscam ampliar seu potencial eleitoral, participando de manifestações cujos destaques, este ano, são as reformas promovidas pelo governo Michel Temer, principalmente a trabalhista, já em vigor, e a previdenciária, ambas com perspectivas de elevados prejuízos aos trabalhadores, além da prisão do ex-presidente Lula.
Sem pré-candidaturas nas eleições majoritárias (governo e Senado), exceção do Psol, que disputa o governo com o advogado André Moreira, PT e PCdoB focam seus movimentos na disputa à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa.
O PCdoB sai com o deputado federal Givaldo Vieira, que concorre à reeleição, depois de deixar o PT por força do rompimento com o atual presidente, João Coser, também candidato a federal.
Com um potencial de 40 mil votos, sua eleição depende dos frutos que espera colher nas alianças, em especial com o PSB, do ex-governador Renato Casagrande, candidato ao governo. ´
A saída de Givaldo do PT tem uma longa história, que começa em 2002, com o alinhamento de lideranças do partido ao bloco do atual governador,Paulo Hartung, tendo à frente o hoje candidato a deputado federal João Coser, que povocou reações contrárias de grupos mais ideológios do partido.
A crise se acentuou mn 2014, época em que Coser assumiu a Secretaria de Estado de Habitação Desenvolvimento Urbano do governo Hartung, cargo que deixou em 2016, para disputar a presidência do partido com Givaldo Vieira, que, derrotado, foi para o PCdoB.
A desfiliação de Givaldo provocou impacto negativo no dividendo eleitoral do partido, reduzindo a perspectiva de eleger dois federais em 2018. Os dois candidatos com a legendo do partido neste ano, João Coser e Helder Salomão, disputam palmo a palmo os espaços.
Desgastado internamente, em consequência do alinhamento com Hartung, mesmo assim, Coser representa uma parcela significativa de eleitores, mas leva desvantagem para Helder Salomão, que faz uma política à parte de disputas internas, mantendo-se alinhado ao direcionamento partidário em nivel nacional.
O Psol, segundo o candidato ao governo André Moreira, se mantém à parte do PT e amplia suas críticas aos governo Lula e Dilma, embora condene a prisão do ex-presidente.
Moreira defende uma nova linha de atuação mas voltada aos trabalhadores, a partir de decisções das bases partidárias. Pertencente a um grupo contrário a Guilherme Boulol, a estrela maior do Psol, do Rio de Janeiro, ele afirma que o prosseguimento das políticas dos governo do PT é prejudicial aos trabalhadores.
Dia do Trabalho
A origem do Dia do Trabalho é o 1º de maio de 1886. Naquele dia, houve uma manifestação de milhares de trabalhadores nas ruas de Chicago, nos Estados Unidos, para reivindicar a redução da jornada de trabalho de 13 para oito horas diárias. No mesmo dia, foi deflagrada uma greve geral naquele país. Em 3 de maio, uma nova manifestação dos grevistas foi reprimida pela polícia, resultando em mortes No dia seguinte, durante novo protesto, um desconhecido lançou uma bomba que matou sete policiais. Em represália, a polícia atirou na multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas. No Brasil, o dia 1º de maio foi decretado feriado nacional pelo presidente Artur Bernardes, em 1924.