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Batistas da Praia do Canto apoiam pastor e contestam decisão judicial

Usiel Carneiro diz que nunca se afastou da doutrina bíblica, como acusam conservadores da Igreja

Em documento divulgado nesse domingo (8), mais de 350 membros da Igreja Batista da Praia do Canto (IBPC) manifestaram apoio ao pastor Usiel Carneiro de Souza, presidente do Conselho da Igreja, afastado das funções por meio de uma decisão judicial, decorrente de denúncia formalizada por 25 ex-integrantes da denominação religiosa. Na liminar judicial, o pastor deve entregar a chave do local, senhas bancárias e se afastar das funções, sob pena de multa.

Em live, o pastor Usiel classificou as denúncias como “difamatórias” e afirmou que não existe “qualquer implicação de doutrina que eu não estivesse cumprindo”. Ele estava acompanhado do vice-presidente do Conselho, Ademir Cardoso, e do diretor financeiro, Eliézer Santos Taets, que o ajudaram a explicar o funcionamento da igreja. 

“Nesse domingo, ele realizou a reunião [culto] e pregou sobre a misericórdia e o amor de Cristo,  sendo aplaudido por quase 10 minutos, fato incomum na igreja, em meio a ‘muitos cânticos de louvor, orações de joelhos e lágrimas”, conta um membro presente ao ato.

O conflito foi gerado por defensores do conservadorismo, contrário ao perfil progressista do pastor. Segundo membros da igreja, havia muita tensão no ar após a reunião da manhã, quando a igreja soube da decisão judicial. “Houve muita mobilização espontânea, a igreja lotou e o clima à noite era de glorificação a Deus”, informa.

“O grupo de insatisfeitos estava na igreja há 10 anos quando o pastor foi convidado e colocou suas premissas de uma igreja contemporânea, baseada no evangelho e acolhedora”, relata o religioso.

Ele aponta que, embora indiretamente, essas pessoas que denunciaram o pastor integram “um grupo de bolsonaristas extremistas, em uma ação de ultraconservadores que não aceitam as novas realidades, como por exemplo, o acolhimento de gays que chegam à igreja é são acolhidos”.

“Diante disso, solicitamos à Convenção Batista no Espírito Santo e ao Poder Judiciário que garantam a nossa liberdade religiosa, afastem a perseguição religiosa que se configura contra essa comunidade de fé e respeitem nossa autonomia de culto, organização e deliberação, conforme estabelecido no Art. 5º, VI, da Constituição cidadã de 1988”, se posiciona o manifesto, gerado de forma espontânea e muito comentado na reunião da noite.

Em outro trecho, aponta: “Na condição de membros, declaramos que não reconhecemos como verdadeiras as acusações feitas contra o nosso pastor, Usiel Carneiro de Souza. As acusações foram devidamente contestadas e descaracterizadas pelo pastor presidente e o Conselho da Igreja publicamente”.

Também afirma o documento: “Reivindicamos nossa tradição que, segundo os históricos princípios batistas, a condução da igreja local é atribuição exclusiva de seus membros, cuja assembleia geral é soberana para deliberar sobre quaisquer assuntos internos da nossa comunidade de fé”.

Apesar de não permitir manifestações políticas na igreja, o pastor Usiel é apontado como defensor uma convivência harmoniosa entre todos. “Esse grupo, entretanto, não aceitou quando o pastor disse que tem uma identificação maior com os progressistas, embora nunca tenha se posicionado do púlpito sobre o assunto”, acrescenta o membro da igreja.

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