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Câmara de Vitória muda perfil de olho em 2024 e afeta base de Pazolini

Novos posicionamentos têm sido registrados por conta de sobrevivência política da maioria dos vereadores

A alteração no perfil da Câmara de Vitória, que passa pela tomada de posições mais independentes da maioria dos vereadores, não se trata de ser, ideologicamente, de direita ou esquerda, mas de uma questão de sobrevivência política. No meio desse contexto, as articulações para as eleições municipais de 2024 já contribuem para esvaziar a base do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), candidato à reeleição.

Não por acaso, nesta segunda-feira (3), o secretário municipal de Meio Ambiente, Tarcísio José Foeger, foi questionado na Câmara sobre o vazamento de esgoto em praias da cidade, deixando de fora a Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan). A convocação foi do vereador Luiz Emanuel Zouain (sem partido), da base aliada de Pazolini.

No campo ideológico da esquerda, permanecem André Moreira (Psol) e Karla Coser (PT), e, à direita, Vinícius Simões (Cidadania), que fazem oposição ao prefeito e conduzem a linha progressista do Legislativo municipal.

Do lado conservador, o ex-presidente Davi Esmael (PSD), aliado de Pazolini e, como ele, integrante do bolsonarismo, que ainda se mantém atuante, mesmo em baixa por conta de escândalos do clã do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), destaque para as investigações sobre as joias sauditas.

Karla Coser, André Moreira e Vinícius Simões atuam mais contextualizados com os movimentos sociais e buscam fortalecer pautas identitárias que possam contribuir para sedimentar prováveis candidaturas de seus partidos no pleito de 2024.

Os nomes mais cotados no mercado político são do deputado estadual João Coser, pelo PT, e da ex-vereadora e também deputada estadual Camila Valadão, do Psol. Já Vinícius Simões mantém aliança com o deputado Fabrício Gandini (Cidadania), também apontado como provável candidato à sucessão de Pazolini.

Leandro Piquet, o atual presidente da Câmara, do mesmo partido de Pazolini, já emite sinais de que não segue firme na aliança observada nos dois primeiros anos de mandato. Recentemente, se reuniu com o governador Renato Casagrande (PSB), a portas fechadas. Essa aproximação vem no rastilho da rejeição dos dois projeto “Escola sem Partido”, de inspiração bolsonarista, apresentados por Davi Esmael e Leonardo Monjardim (Patri).

O restante dos vereadores oscila conforme o andamento dos processos legislativos, e até mesmo Monjardim, substituto do representante da extrema direita Gilvan da Federal (PL), hoje na Câmara dos Deputados, assume posicionamentos opostos à gestão atual.

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