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Para Assembleia, Camila já é presidente da Comissão de Direitos Humanos

Site da Ales Digital colocou o termo “presidente” embaixo do nome da deputada Camila Valadão

A deputada estadual Camila Valadão (Psol) deverá ser confirmada como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa nesta segunda ou terça-feira (27 e 28). Esse é o cenário mostrado no site da Ales Digital, apesar de a definição estar prevista para o início da próxima semana. A publicação mostra a deputada como ocupante do cargo, grafando a palavra “Presidente” embaixo do seu nome, reforçando notícias que correm nos meios políticos. 

Reprodução

Já o deputado Capitão Assumção (PL), representante da extrema-direita bolsonarista, mantém a candidatura e, ao publicar vídeo nas redes sociais convocando militantes para a sessão onde será decidida a escolha da presidente e do vice, passa por cimas de normas estabelecidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (STF). O parlamentar usa tornozeleira eletrônica desde 15 de dezembro de 2022 e está proibido de usar redes sociais, por ser alvo de operação da Polícia Federal contra atos antidemocráticos.

Somado à renúncia do deputado Allan Ferreira (Podemos), no último dia 16, como membro da comissão e sua provável substituição por João Coser (PT) ou Tyago Hoffmann (PSB), integrantes da base aliada do governo, esses fatos reforçam a tendência favorável a Camila, que encontra receptividade elevada nas redes. Um quadro decorrente de atuação em defesa dos direitos humanos e das chamadas minorias, desde a militância estudantil, passando pelo mandato de vereadora em Vitória e, em 2023, no seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa. 

A comissão, formada no último dia 6, é composta por Camila Valadão, Iriny Lopes (PT), Lucas Polese (PL) e Capitão Asumção, titulares, tendo como suplentes Denninho Silva (União), João Coser, Pablo Muribeca (Patriota), Alcântaro Filho (Republicanos) e Callegari (PL).

Reprodução

Apesar de a votação ser restrita aos integrantes do grupo, as articulações passam pelos deputados Dary Pagung (PSB), líder do governo e do maior bloco partidário da Casa, e Hudson Leal (Republicanos), que lidera o bloco da oposição – Republicanos, PTB e PL.

Nesse quadro, as chances do Capitão Assumção (PL) ficam reduzidas, por conta de sua trajetória contrária aos direitos humanos, levando-o a insistir na linha disseminada no país pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por meio do chamado “gabinete do ódio”, braço da extrema-direita bolsonarista, ligado aos movimentos golpistas que culminaram com os atos terroristas de 8 de janeiro, em Brasília.

Esse modelo afirma que atua em defesa de vítimas da violência, mas só contribui para aumentar os índices de violência, ao ignorar as questões sociais e as normas que regem os direitos humanos. E foi exatamente esse o teor da fala de Assumção e também do seu mais novo correligionário, Lucas Polese (PL), em primeiro mandato e candidato da chapa a vice, na postagem distribuída nessa quinta-feira (23).

Em vídeo, Assumção convoca “os patriotas” para a sessão da Assembleia, às 15 horas de segunda-feira, diz que “está a um passo” de assumir a presidência da comissão e destaca que o colegiado virou local de “militância”. Já Lucas Polese afirma que, “historicamente, a comissão sempre esteve ligada à esquerda, defendendo os direitos humanos de criminosos, de assassinos, de traficantes e dessa turma”. Segue o contexto da lógica bolsonarista de que “bandido bom, é bandido morto”.

Exemplos desse comportamento são vários, mas um chama a atenção por ter obtido repercussão na imprensa nacional com entidades e outros órgãos de defesa dos direitos humanos. Em setembro de 2019, em seu primeiro mandato, Assumção afirmou, da tribuna da Assembleia: “Quero ver quem vai correr atrás para matar esse vagabundo; R$ 10 mil daqui do meu bolso para mandar matar esse vagabundo! Eu tiro do meu bolso pra quem matar esse vagabundo! Não vale localizar o cara, tem que trazer o cara morto, aí eu pago”, disse, referindo-se a um acusado de homicídio ocorrido em Cariacica, e decretando a pena de morte, que, legalmente, não existe no Brasil.

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