sábado, setembro 21, 2024
28.3 C
Vitória
sábado, setembro 21, 2024
sábado, setembro 21, 2024

Leia Também:

Campanha eleitoral de Bolsonaro vai parar a Grande Vitória neste sábado

Motociata do presidente sairá do aeroporto, passando pela avenida Dante Michelini, em Camburi, até a Terceira Ponte

Wilson Dias/ABr

Ruas e avenidas da Grande Vitória fechadas ao tráfego de veículos, forte esquema de segurança, a cargo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República e de órgãos de Segurança Pública do Estado, e grande movimentação de pessoas. Esse é o cenário previsto para este sábado (23) por conta da campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), que chega ao Espírito Santo e, mais uma vez, fura o calendário da Justiça Eleitoral, que só permite eventos desse tipo a partir de 16 de agosto.

O aparato de segurança, normal quando se trata de um deslocamento presidencial, foi redobrado em decorrência da motociata, uma das marcas das visitas de Bolsonaro aos estados, e também da “Marcha para Jesus”. Esse evento gospel reúne evangélicos do Movimento Conservador e ONGs como a ProArmas, representante de clubes de tiros e de empresas que ministram cursos sobre manuseio de armas de fogo.

Segundo o Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política (Fenasp), que organiza o evento, a concentração no aeroporto de Vitória está prevista para as 7 horas, duas antes do desembarque do presidente, que será recepcionado por pastores e políticos, não sendo permitida a presença da imprensa, das 9 às 11h, quando será iniciada a motociata.

O cortejo de Bolsonaro e seus seguidores, de moto, passará pelas avenidas Adalberto Simão Nader, Dante Michelini, Ponte de Camburi, Saturnino de Brito, Desembargador Santos Neves, rua Duckla de Aguiar, Terceira Ponte e, já em Vila Velha, avenidas Carioca, Luciano das Neves e Santa Leopoldina, e seguirá para a rua Antônio Ataíde, onde fará o retorno até a Praça do Papa.

Já a “Marcha para Jesus” sairá ao meio-dia do posto de gasolina Moby Dick, em Vila Velha, e seguirá pela Terceira Ponte em direção a este mesmo local, onde haverá concentração com pregações, apresentações de cantores gospel e pronunciamento de Bolsonaro.

Nessas vias, estará suspenso o tráfego normal de veículos, com a participação de operadores de segurança do Estado, guardas municipais e também do Corpo de Bombeiros. Nessa corporação, toda a estrutura estará voltada ao evento, inclusive os dois caminhões utilizados em eventuais emergências.

O tom de campanha eleitoral será mais forte na Praça do Papa, a começar pelas apresentações de cantores, como a deputada federal Lauriete, que disputa a reeleição pelo PSC, e do ex-senador Magno Malta, presidente estadual do PL e também pastor e pagodeiro gospel, pré-candidato ao Senado.

O Fórum

O Fenasp, que organiza o evento de Bolsonaro no Espírito Santo, foi criado em 2002, para ampliar a participação das igrejas evangélicas na política, “elegendo representantes para o resgate dos princípios cristãos nas câmaras e assembleias legislativas dos estados”. Vinculada ao Movimento Conservador, representa, no cenário político atual, uma das colunas fortes de sustentação do bolsonarismo.

Um dos coordenadores do Fenasp é o empresário da fé Robson Rodovalho, da igreja Sara Nossa Terra, um dos campeões de recebimento de verbas publicitárias do governo federal na gestão Bolsonaro por meio da TV Gênesis. Apesar da baixa audiência, a emissora ganhou em quase três anos, R$ 3,7 milhões, segundo dados da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República. O valor ultrapassa os ganhos de grandes e conhecidos veículos, como TV Cultura, TV Gazeta, ESPN, Discovery, Sony, Fox e Disney.

No início de suas atividades, o Fenasp foi alvo de muitas polêmicas, uma delas envolvendo o então senador Magno Malta, vice-líder do governo Lula no Senado. Na época, ele se reusou a participar da entidade se ela tivesse como objetivo pressionar o presidente Lula por mais espaço para os evangélicos no governo. “Sou a favor dele [do Fórum], mas acho que não pode ser uma entidade para pressionar o governo. Ela deve ser propositiva. Temos que ser propositivos”, disse Magno Malta, segundo matéria publicada na Folha de S.Paulo em 25 de fevereiro de 2002.

Mais Lidas