A redução em dois pontos da vantagem de Jair Bolsonaro (PSL) sobre Fernando Haddad (PT), confirmada na pesquisa do Ibope divulgada nessa terça-feira (23), animou o diretório estadual do PT a intensificar a campanha “vira voto”, com movimentação nas ruas em favor de seu candidato, inclusive visitas de casa em casa, visando superar o adversário no próximo domingo (28), segundo turno da disputa presidencial.
Do lado do PSL, a campanha do ex-capitão, coordenada no Espírito Santo pelo deputado federal Carlos Manato, segundo colocado na disputa ao governo do Estado, organiza uma concentração para o próximo domingo, dia da votação, na Praça do Papa, em Vitória.
Denominada “Festa da apuração”, o ato pretende dar aos participantes a oportunidade de acompanhar a apuração dos votos em meio a apresentações artísticas. O chamamento é feito pela veiculação de um vídeo de Bolsonaro nas redes sociais.
Também há programação de carreata no sábado (27), véspera do pleito, mesmo dia em que estão marcados atos do “elenão” e pela democracia, novamente na Praça do Papa, como realizado na primeira fase das eleições.
Ao mesmo tempo, a utilização das redes fica mais intensa entre as equipes dos dois candidatos, o que fez a Justiça Eleitoral aumentar os canais de fiscalização às notícias falsas (fake news).
Esse serviço foi ampliado depois que o jornal Folha de S.Paulo denunciou, semana passada, o escândalo de caixa 2 para envio de mensagens caluniosas a Haddad e ao PT, com valores que se elevam a R$ 12 milhões, bancados por empresas e não declarados à Justiça.
O assunto motivou pronunciamento formal da presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, de abertura de investigação envolvendo Jair Bolsonaro e empresas citadas na reportagem publicada pelo jornal paulista, assinada pela jornalista Patrícia Campos Mello, alvo de ameaças depois da veiculação e repercussão negativa na campanha eleitoral.
Desde segunda-feira passada, ativistas do PT promovem pequenas concentrações em ruas e praças de Vitória. Nesta quarta-feira (24), as bandeiras pró-Haddad tomaram conta da praça Costa Pereira, Centro da cidade, seguindo estratégia adotada em outros estados, a fim de aproximar mais o PT da população.
Os petistas acreditam que, mesmo faltado poucos dias para a definição, ainda há possibilidade de superar os oito pontos percentuais de Bolsonaro. Eles apostam na queda de rejeição de Fernando Haddad e na subida na de Jair Bolsonaro, também apontadas pelo Ibope.
No mercado político, esse cenário foi provocado pelos vídeos de Eduardo, filho do candidato, afirmando que bastam um cabo e um soldado para fechar o Supremo, e o do pai, dizendo que vai banir do Brasil seus opositores. A oscilação negativa de Bolsonaro foi, principalmente, entre os evangélicos.
