Cláudia, Agatha e Rosangela integram bloco dos pleitos em Itapemirim, Marataízes, Cachoeiro e Guaçuí
Ganhando protagonismo nos movimentos sociais do sul do Estado, a União das Esquerdas Sul Capixaba (Uesc) também quer pautar o debate político visando as eleições municipais de 2024. Atualmente, existem sete pré-candidaturas a prefeito e vereador ligadas ao coletivo suprapartidário em Itapemirim, Marataízes, Cachoeiro de Itapemirim e Guaçuí.
Em Itapemirim, um dos municípios onde o núcleo da Uesc está mais estruturado, o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) protagoniza o campo progressista. O coletivo coloca bastante expectativa na candidatura a vereadora de Cláudia Carvalho, uma das coordenadoras da Uesc, que é presidente do diretório municipal do Psol e da Associação das Artesãs de Itapemirim (Kriart). Em 2022, ela foi candidata a deputada estadual pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
Um dos pré-candidatos a prefeito, o secretário de Saúde de Cachoeiro, Alex Wingler (Podemos), é bem próximo e articula candidaturas na Rede Sustentabilidade, que forma uma federação com o Psol. Mas a tendência é que o partido socialista sustente uma chapa própria para a disputa majoritária no ano que vem.
“Nenhuma das pré-candidaturas a prefeito colocadas em Itapemirim tem um debate sobre políticas públicas. Itapemirim tem uma política coronelista e muito suja. A gente quer romper com essa política coronelista”, afirmou, em entrevista ao programa Política ES, da TV Século, Marcelo Gobbi, um dos coordenadores da Uesc e secretário de Finanças do Psol no município.
Em Cachoeiro, maior cidade da região, a principal pré-candidatura ligada à Uesc é a da ativista trans Agatha Benks (Psol), para a Câmara Municipal. O sindicalista Marcos Baiense (PT) é outro membro do coletivo na cidade que pretende disputar uma vaga para vereador.
No campo progressista cachoeirense, a principal pré-candidatura para a disputa majoritária colocada é a do ex-prefeito Carlos Casteglione (PT). Há negociações para um apoio da federação Psol-Rede, mas sem concretização. Marcelo Gobbi comentou à TV Século que a preferência do Psol é a busca pelo protagonismo, mas a conjuntura adversa da disputa poderá pesar na escolha.
Mesmo dentro do PT, Casteglione não é uma unanimidade. Paulo Poian da Nassau, um dos coordenadores da Uesc em Cachoeiro, chegou a apresentar seu nome como possível candidato do partido. “Isso vai ser decidido ano que vem, mas tudo indica que será o Casteglione”, comentou Poian à TV Século.
Já em Marataízes, uma das fundadoras da Uesc é pré-candidata a vereadora: Rosangela Moura, filiada ao PT há 20 anos. Também se apresenta como pré-candidata ao parlamento Fernanda Bahiense, que além de integrante da Uesc, é militante do coletivo de mulheres de Marataízes. Ela está de saída do Partido Socialista Brasileiro (PSB).
A Uesc tem boa relação com Tininho, atual prefeito de Marataízes, que já foi do PT no passado. Ele articula para a sua sucessão uma chapa formada pela secretária de Saúde Cristiane França e pelo presidente da Câmara Municipal, o vereador Luiz Carlos Almeida (PSC). Atualmente sem partido, Tininho tem feito movimentos em direção ao campo do governador Renato Casagrande (PSB), e possivelmente se filiará ao mesmo partido.
Entretanto, ainda não há definição sobre qual candidatura será apoiada por partidos progressistas como o PT, uma vez que a proposta de Tininho não se mostra animadora. “Em termos de candidaturas, está tudo se encaminhando mais para o pessoal da direita, e a gente espera que isso não ocorra”, lamentou Rosangela Moura no programa Política ES.
Em Guaçuí, a advogada e integrante da Uesc Rita Souza (Psol) se coloca como pré-candidata a prefeita. Rita também se candidatou a deputada federal na última eleição, mas o Psol e a Uesc ainda estão em fase de formação no município do Caparaó capixaba.