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Capitão Sousa no IPM: ‘Não posso ser constrangido no meu direito de opinião’

Capitão Vinícius Sousa, do Movimento Antifascismo, participou de atos contra a gestão de Bolsonaro em 2021

Ao depor no Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado na Corregedoria Polícia Militar do Espírito Santo, durante a tarde desta segunda-feira (17), o capitão PM Vinícius Sousa, do Movimento Policiais Antifascismo, apontou que os dois processos que responde na corporação são ações políticas, desrespeitando o seu direito de expressão.

“Exerci sempre no âmbito privado o direito de opinião que inclui o direito de crítica. E eu tenho, sim, crítica a várias políticas de governo e críticas ao sistema político”, disse o militar, integrante do núcleo capixaba do Movimento Policiais antifascismo, que destaca: “Não posso ser constrangido a deixar de exercer meu direito de opinião”.

O capitão prestou depoimento no 9º Batalhão, em Cachoeiro de Itapemirim, onde presta serviços, com a presença dos advogados André Perecmanis e Fernanda Muniz, do Rio de Janeiro, em processo que apura sua participação em manifestações populares contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2021, e em outro por dar entrevistas a veículos de imprensa, entre eles Século Diário, após esses eventos.

Além desses processos, tramitam na Polícia Militar ações disciplinares contra o capitão, cuja defesa está a cargo da Rede Liberdade, que reúne renomados criminalistas de todo o Brasil comprometidos com a liberdade de opinião e pelo movimento “Cala-Boca Já Morreu”, liderado pelo youtuber Felipe Netto. O advogado André Moreira, ativista de direitos humanos no Espírito Santo, também dá apoio ao militar.

“O inquérito é descabido, mas, de certa forma, o interrogatório foi bom para esclarecer que todas as ações praticadas por mim foram legais”, declarou o militar, cuja defesa trabalha visado a anulação dos processos, a fim de impedir a instauração de uma ação penal.

Segundo o capitão, quando ele participou dos atos populares contra a gestão de Jair Bolsonaro, em 2021, exercia o seu direito, que é também de todo cidadão, de criticar o governo. “Eu quando eu falei à imprensa exercendo meu direito crítico e também pelo direito de ampla defesa, já que estava sendo acusado”, explicou Sousa, afirmando que vai continuar apresentando críticas e sugestões. 

Ele entende, “como cidadão, que o governo hoje presta um desserviço à classe trabalhadora e por isso precisa ser reestruturado, sendo que tenho sugestões e opiniões nesse sentido”, e ressaltou: “Falei de meu sentimento pessoal, pois acho esse processo é injusto”. 

O capitão Sousa participou de manifestações no ano passado, expondo críticas ao governo e apontando equívocos na condução de setores essenciais à vida nacional, entre eles a segurança pública e os direitos da classe trabalhadora. Ele conta com o apoio do movimento antifascismo, que por ocasião da instauração dos processos e das ações disciplinares, em nota, afirmou: “Policial extremamente comprometido e de postura profissional elogiada pelos colegas, sua atuação sequer é objeto da ação. O capitão Vinícius Sousa está sendo processado exclusivamente por suas opiniões e manifestações antifascismo”.

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