Renato Casagrande (PSB) foi o primeiro candidato ao governo do Estado a assinar o Pacto pelas Juventudes, um documento elaborado pelo Conselho Estadual da Juventude (Cejuve) em discussão coletiva com a juventude capixaba, com propostas para diversas áreas. Os candidatos Audifax Barcelos (Rede) e Capitão Sousa (PSTU) também foram convidados para assinar. Manato (PL), Aridelmo Teixeira (Novo), Guerino Zanon (PSD) e Claudio Paiva (PRTB) ainda serão procurados.
O presidente do Cejuve, Ramon Matheus, informa que Audifax ainda não respondeu se vai assinar. Já Capitão Sousa disse que vai aderir ao pacto nas próximas semanas.
Entre os pontos do documento, estão um programa de enfrentamento ao extermínio da juventude, sobretudo negra e periférica, garantias de não aumento das tarifas de transporte público, até o final do mandato, e acesso ao emprego e à profissionalização.
Durante a assinatura, nesse sábado (17), em um encontro com a juventude, Casagrande afirmou que quando está em meio aos jovens ganha “mais disposição para renovar as minhas ideias” e que “por acreditar nessa energia dos jovens, que investimos em programas, planos e fundos para a juventude”, destacando ações como os 14 Centros de Referência das Juventudes (CRJs).
O Cejuve propõe três formas de adesão ao Pacto Estadual pelas Juventudes. Na primeira, o partido, federação ou coligação majoritária podem propor um evento com foco nas políticas públicas, junto aos seus setores de juventudes e candidatos, como feito por Casagrande. Na segunda, o candidato pode propor essa iniciativa individualmente. Na terceira, assinar o pacto em um ato isolado e fazer a divulgação por meio das redes sociais, enviando a assinatura para o Cejuve.
O Pacto aponta 11 eixos: Cidadania, Participação Social, Política e Representação Juvenil; Educação; Profissionalização, Trabalho e Renda; Diversidade e Igualdade; Saúde; Cultura; Direito à Comunicação e Liberdade de Expressão; Desporto e Lazer; Território e Mobilidade; Sustentabilidade e Meio Ambiente; e Segurança Pública e Acesso à Justiça e Paz. Cada um deles, contempla propostas para o Legislativo e Executivo.
Propostas dos candidatos
As políticas com foco na juventude estão presentes nos planos dos candidatos, mas nenhum deles criou um tópico específico. Entre as propostas de Audifax Barcelos, estão “implementar um Plano Estadual de Políticas para a Juventude do Espírito Santo, garantindo a participação ampla, direta e descentralizada da sociedade ao longo de todo o processo de implantação”, e “fomentar a inserção no mercado de trabalho e combate ao desemprego na juventude a partir das demandas das regiões nas cidades”.
Manato apresenta pontos para “valorizar os jovens rurais, por meio de capacitação continuada no uso de práticas agropecuária sustentáveis, preservação dos recursos naturais”; “avançar na empregabilidade de jovens, principalmente aqueles com risco social, e mulheres, dois públicos que ainda sofrem com taxas de desemprego mais altas que a média da população”; e ampliar a oferta da Educação Profissional Técnica e a de Educação de Jovens e Adultos.
Renato Casagrande destaca no seu plano de governo as ações feitas em seu atual mandato, como a criação de Centros de Referência das Juventudes (CRJs). Os CRJs, bem como o Programa Estado Presente e as escolas em tempo integral, defende, “serão aliados no aprofundamento das relações das diversas pastas do governo por meio e programa de formação cultural para a cidade com foco nas juventudes para conectar as iniciativas culturais com as novas gerações e as novas tecnologias”. Entre as demais propostas com foco nos jovens, estão o aumento do número de atletas nos Jogos da Juventude e nas Paraolimpíadas Escolares.
Consta ainda no plano a ampliação das políticas de estímulo à agricultura familiar, empreendedorismo rural, associativismo e cooperativismo, apoiando o acesso de alguns segmentos sociais, como os jovens, à terra, ao crédito rural e aos meios de produção.
Professor Aridelmo, sem entrar em detalhes, propõe “aperfeiçoar a rede de atendimento socioeducativo para diminuir a reincidência e aumentar a reinserção no mercado”. No quesito educação, o candidato defende o alinhamento do ensino médio às novas demandas do mundo do trabalho.
Esse alinhamento se daria, segundo ele, por meio da oferta de 25% das vagas no ensino médio integradas à educação profissional, em consonância com a cadeia produtiva da região. Outras propostas no ramo da educacional são elevar a eficácia da Educação de Jovens e Adultos (EJA); reforço escolar para alunos das séries finais dos ensinos fundamental II e médio, além de ter como uma de suas metas a implantação de uma Escola Viva por município.
Capitão Sousa tem como uma de suas propostas a reestruturação e ampliação do modelo Escola Família Agrícola e o estímulo à permanência dos jovens no campo. Ele destaca que a guerra ao tráfico vitima principalmente a juventude negra, sendo esse um dos motivos apontados por ele para refundação da polícia. Nesse sentido, propõe que a Polícia Militar (PM) e a Polícia Civil (PC) sejam desmilitarizadas, sendo que a primeira passaria a se chamar Polícia Preventiva, e a segunda, Polícia Investigativa.
Já Claudio Paiva quer criar orquestras e bandas marciais nas escolas estaduais, “para incentivar crianças, adolescentes e jovens carentes”, além de promover inclusão digital para diversos grupos, entre eles, adolescentes e jovens.