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Casagrande emite sinais à base e sanciona projeto com emenda de Gandini

Proposta que dobrou valor de bolsas estudantis impôs derrota ao governo e gerou princípios de rebeliões internas

Ales

O recuo do governo do Estado na corda esticada nos últimos dias com o antigo aliado, deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania), foi confirmado nesta quinta-feira (2), emitindo acenos também à base da Assembleia Legislativa. Renato Casagrande (PSB) sancionou o projeto de concessão das bolsas estudantis no valor de R$ 800, proposto por Gandini, motivo de polêmica em plenário no último dia 15, com princípios de rebeliões internas.

A sanção foi publicada no Diário Oficial (DIO) sem qualquer veto (total ou parcial), consolidando a estratégia já revelada na sessão dessa segunda-feira (27), quando foi votado o projeto do executivo, que previa bolsa no valor de R$ 400,00, junto com a emenda de Gandini, com apoio da base e sem contestação, em postura oposta à registrada no início dos debates, quando deputados aliados protagonizaram bate-boca, resultando na primeira derrota do governo na Assembleia Legislativa.

O embate principal foi entre Gandini e o vice-líder do Governo, Tyago Hoffmann (PSB), a quem coube, nessa segunda, orientar pela aprovação do projeto, citando ainda o líder, Dary Pagung (PSB). No último dia 15, Hoffmann foi incisivo em apontar a emenda como inconstitucional, seguido por aliados como Janete de Sá (PSB) e Denninho Silva (União), enquanto Gandini e outros integrantes do bloco contestaram, com adesão da oposição, o que fechou o placar em 13 a 12.

A situação gerou divisões e ruídos internos, culminando com a saída de Gandini da base e declaração de “independência”, com sucessivas críticas à relação com o governo do Estado, a quem acusa de falta de diálogo e apoio.

Desde então, movimentos reunindo mais insatisfeitos têm sido executados, como Vandinho Leite (PSDB), vetado na disputa à presidência da Assembleia após interferência do Palácio Anchieta em favor de Marcelo Santos (Podemos), e Adilson Espindula (PDT), que nessa segunda, cobrou posição de Casagrande sobre a bolsa de R$ 800,00 e criticou Hoffmann, o “primeiro ministro” da gestão passada, com “carta branca e ações que deixavam muitos deputados descontentes”.

Com um hiato entre a sessão que iniciou o caos na base, favorável à oposição, devido ao feriado de Carnaval, e a retomada do debate nesta semana, o governo aproveitou para se organizar e atuar como bombeiro, além de fazer inúmeros acenos públicos a Gandini.

O deputado também baixou o tom. A sanção, segundo ele, “mostra a responsabilidade e a sensibilidade do chefe do Poder Executivo estadual com a educação. Fico agradecido por ter contribuído com um projeto que já era bom e ficou ainda melhor com a minha emenda”.

Bolsa

A bolsa é destinada para 120 alunos da 4ª série do ensino médio da rede pública estadual, que receberão o recurso nos 11 meses letivos, por meio de cartão magnético a ser fornecido pelo Banestes. A extensão da jornada foi feita pela Secretaria de Estado da Educação (Sedu) como forma de compensar os efeitos da suspensão das aulas e do posterior ensino remoto entre 2020 e 2021, devido à pandemia do coronavírus.

A medida tem como público-alvo jovens na faixa etária de 17 a 19 anos que, por necessidade financeira, interrompem seus estudos. O objetivo é evitar a evasão.

O programa será implantado em escolas da região metropolitana, com prioridade para os que residem nos bairros que fazem parte do Estado Presente e que estão inscritos no CadÚnico. O impacto financeiro é de R$ 1 milhão.

Para ter direito à bolsa, o estudante terá que ser selecionado por meio de edital específico e apresentar no mínimo 75% de assiduidade por mês, ao longo do ano letivo. Quem abandonar os estudos, terá a bolsa suspensa.


Freio de arrumação

Após derrota e rebelião de Gandini, governo e base recuam no PL da bolsa estudantil. Falta agora o desfecho de Casagrande…


https://www.seculodiario.com.br/socioeconomicas/freio-de-arrumacao

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