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Casagrande pode ter vice do PT caso se consolide aliança com PSB

Governador capixaba declarou preferência pela “terceira via”, mas negociações nacionais podem mudar o quadro

Apesar das divergências e do distanciamento que marcam as relações do PT no Espírito Santo com a atual gestão estadual, a candidatura à reeleição do governador Renato Casagrande (PSB), ainda não anunciada, tende a ser favorecida com uma aliança costurada a partir de entendimentos entre os dois partidos, que nesta quinta-feira (20) iniciaram nova rodada de negociações, em nível nacional. Lideranças políticas apontam que o PT poderá não ter candidato ao governo, ficando com a vice na chapa de Casagrande.

O deputado federal Helder Salomão e o ex-prefeito de Vitória e ex-deputado federal João Coser são apontados no mercado como nomes cogitados para compor a chapa de Casagrande, como parte da federação entre os dois partidos, que deverá estar consolidada até o final de fevereiro. Atualmente, João Coser é pré-candidato à Assembleia Legislativa e Helder Salomão concorre à reeleição.

Não será a primeira vez que Casagrande caminha com o PT. Ao se eleger governador em 2011, teve como vice o deputado estadual Givaldo Vieira, então no PT, em decorrência de uma aliança, desfeita no decorrer do mandato. 

Em uma de suas declarações, no início deste mês, o governador tornou público que não gostaria de que o PSB formasse uma federação com o PT. No entanto, as articulações caminham em direção a uma aliança entre as duas siglas. Caso sejam consolidadas, Casagrande poderá contar com o apoio do senador Fabiano Contarato, o mais novo filiado ao partido, que manteria o mandato, até 2024, desistido da pretensão de concorrer ao governo neste ano.

Essa tendência ficou mais clara nas declarações do ex-presidente Lula, líder nas pesquisas para presidente da República, nesta quarta-feira (19), confirmando que o PT poderia abrir mão de candidaturas majoritárias em alguns estados, entre os quais o Espírito Santo, desde que o partido tenha a garantia de manter a candidatura de Fernando Haddad ao governo paulista. Para isso, o ex-governador Márcio França concorreria ao Senado.

No mercado político, garantir o governo de São Paulo, levando em conta a liderança de Fernando Haddad nas pesquisas, e com aliados nos estados, abriria ao PT uma perspectiva de eleger bancadas fortes no Congresso, essenciais para a governabilidade em um eventual governo Lula. Essa preocupação, inclusive, é alvo de frequentes declarações de lideranças petistas e do próprio ex-presidente.

Online

A presidente estadual do PT, Jackeline Rocha, divulgou nota nesta quinta-feira informando que o evento do senador Fabiano Contarato ocorrerá de forma totalmente virtual, no próximo dia 28. “Agora, com o recrudescimento da pandemia da Covid-19 e da avançada propagação do vírus, precisamos manter essa mesma postura responsável,”, diz o comunicado.

E complementa: “A presença de Lula segue confirmada, juntamente com outras lideranças nacionais e estaduais, mas a visita presencial do ex-presidente Lula ao Espírito Santo ocorrerá em breve, quando as condições sanitárias permitirem. Seguimos em frente, com segurança e compromisso com a vida”.

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