quinta-feira, novembro 21, 2024
29.4 C
Vitória
quinta-feira, novembro 21, 2024
quinta-feira, novembro 21, 2024

Leia Também:

Centro Acadêmico da Ufes protocola pedido de impeachment contra Bolsonaro

Iniciativa faz parte de ação coletiva de estudantes de Direito de todo Brasil, que entraram com 40 pedidos no mesmo dia

O Centro Acadêmico de Direito Roberto Lyra Filho (CARLF), que representa os estudantes de Direto da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), protocolou nessa quarta-feira (31) um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como parte de uma ação coletiva de entidades estudantis de todo Brasil, coordenada pela Federação Nacional de Estudantes de Direito (Fened), que incluiu a exibição de cartazes em frente ao Congresso Nacional e ao Palácio da Alvorada.

Divulgação

“Através da ação, os estudantes do curso de Direito do país atendem mais uma vez ao seu papel social na luta por direitos em defesa do povo e da democracia, posicionando-se de forma unificada no sentido da existência de ampla base jurídica para o impeachment, principalmente no que toca à condução da pandemia, com um verdadeiro aliado do vírus na Presidência da República. É momento de união de forças entre todos os defensores da ordem democrática”, disse em nota o CARLF. Ao todo foram cerca de 40 pedidos protocolados na mesma data.

O documento do Centro Acadêmico da Ufes é assinado por Iury Fernandes, como representante da entidade, e pelo advogado Fhelipe de Sousa Amorim. “Dentro dessa conjuntura de mobilização, a gente acredita que o impeachment seria simbólico se acontecesse neste momento. Diante dos diversos pedidos protocolados, entendemos não como solução, mas como começo da solução do problema, que não é só Bolsonaro, mas o bolsonarismo. Como ele é o presidente que comanda essas políticas, no momento o mais urgente seria sua saída”, diz Iury Fernandes, que é coordenador-geral do CARLF.

Ele considera simbólico também a data escolhida para o protocolo dos pedidos, na véspera do golpe que implantou a ditadura militar em 1964, sendo que o governo e seus apoiadores celebram o 31 de março.

O pedido de impeachment do CARLF é aberto com frases de três médicos: Margareth Dalcolmo, Miguel Nicoelis e Dráuzio Varella, que criticam a atuação do governo federal no combate à pandemia do coronavírus.
A denúncia fala em “crimes em série” cometidos por Jair Bolsonaro que seriam passíveis de impeachment de acordo com a Constituição Federal de 1988.

“O Sr. Jair Bolsonaro se utilizou da autoridade da Presidência, bem como da evidência e do prestígio social atrelados a essa função, para boicotar as principais iniciativas de combate à pandemia – seja ao obstruir medidas de comprovada eficácia científica, ao estimular a desobediência sanitária da população, ao atacar as autoridades que tentaram tomar alguma providência ou ao insistir na difusão de informações falsas e teorias conspiratórias entre os brasileiros”.

Entre os direitos atacados pela ação do presidente, aponta o atentado ao direito fundamental à vida e à saúde dos brasileiros, que teria provocado milhares de mortes evitáveis; atentados à probibade administrativa, por meio do desperdícios de recursos em tratamentos comprovadamente ineficazes e do adiamento injustificado na compra de vacinas; além de atentados à dignidade, ao decoro e à honra ao cargo, por conta de comportamentos incompatíveis com seu cargo de presidente da República.

O documento de 59 páginas contém transcrição de falas do presidente, fotos do presidente em aglomerações sem uso de máscara, e cópia de imagens de comentários de Bolsonaro em suas redes sociais. O pedido de impeachment foi encaminhado ao presidente da Câmara de Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Mais Lidas