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Colnago, ‘sob fortes emoções’, diz que candidatura ao Senado ‘fica para depois’

Ex-vice-governador, que deixou o PSDB para entrar no PSD, poderá ficar sem opções de participar das eleições deste ano

Ales

Só na próxima segunda-feira (6), o ex-vice-governador e ex-deputado César Colnago saberá em definitivo se ainda é o pré-candidato ao Senado pelo PSD. Esse é o seu posicionamento, apesar das declarações contundentes do pré-candidato ao governo pela legenda, Guerino Zanon, dando conta de que a vaga ao cargo é parte da articulação para fortalecer sua campanha com alianças com outros partidos.

“Estou sob fortes emoções”, diz Colnago, explicando que estava na estrada a caminho de Santa Teresa, na região serrana do Estado, onde participa como saxofonista a partir da noite desta sexta-feira e até domingo (5) de um festival de jazz, a outra paixão, além da política. “Neste momento, o motivo de minhas preocupações”, ressalta, e deixa claro que só tratará de política na segunda-feira. “Vou falar com Kassab [Gilberto, presidente nacional do PSD] e então vou poder falar sobre o assunto”, diz, e se despede.

A retirada da pré-candidatura ao Senado chegou ao seu conhecimento pela imprensa, em matéria na qual Guerino Zanon descarta e o coloca fora da disputa eleitoral. O ex-prefeito de Linhares, que assumiu o controle do PSD no Estado, é ligado ao ex-governador Paulo Hartung, que, embora afirme estar fora da política, é apontado nos meios políticos como articulador do PSD no Espírito Santo.

Hartung mantém ligações com Gilberto Kassab e fez parte das articulações para uma vaga como pré-candidato a presidente da República, como representante da chamada terceira via. Nos bastidores, esse movimento visava ampliar sua influência nos meios empresariais e em redutos eleitorais no Espírito Santo, quatro anos depois de deixar o governo, temendo uma derrota para o governador Renato Casagrande (PSB).

Justamente o objeto de ataques de Guerino Zanon, que se diz mais voltado ao bolsonarismo e, desse modo, abre canal de articulação com outras legendas para a disputa ao Senado, inclusive o Republicanos, cujo pré-candidato ao governo, Erick Musso, não consegue pontuar nas pesquisas. Para muitas lideranças, pode haver uma aliança entre os dois, considerando, também, a influência de Paulo Hartung sobre Musso.

Caso se confirme o descarte da pré-candidatura ao Senado, como indicam os bastidores, o ex-vice-governador pode ficar sem opções para participar do processo eleitoral. Desde que o grupo de Paulo Hartung foi desfeito, por conta de desistência à reeleição, em 2018, Colnago se manteve no PSDB e, neste ano, anunciou que seria candidato ao governo nas eleições deste ano. Não deu certo, foi barrado pelo presidente do partido, Vandinho Leite.

Mudou-se para o PSD, aproximou-se do presidente em exercício da legenda, José Carlos da Fonseca Júnior, o Zé Carlinhos, homem de confiança de Hartung, que deixou claro que o candidato ao governo seria Zanon e não Colnago, a quem poderia ser dada a disputa ao Senado. Ele acreditou e, de novo, lhe tiraram a vaga.

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