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Com alerta de que índice não cobre nem a inflação, reajuste linear de 5% é aprovado

Camila Valadão reiterou demandas dos servidores estaduais. PLs também atingem quadros do MPES, Assembleia e Defensoria 

A proposta de reajuste linear do governo do Estado aos servidores públicos foi aprovada por unanimidade no plenário da Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (28). O índice, de 5%, passa a valer no dia 1º de abril, mas não cobre nem a inflação referente aos últimos 12 meses, como apontou a deputada Camila Valadão (Psol), reforçando críticas e alertas sucessivos do sindicato representativo, o Sindipúblicos.

O PL 249/2023 atinge 96,7 mil servidores, entre efetivos, comissionados, voluntários e designados temporários (DTs) das administrações direta, autarquias e fundações, incluindo os aposentados e pensionistas. O percentual incidirá também sobre as funções gratificadas e os proventos dos segurados do ES-Previdência e do Sistema de Proteção Social dos Militares.

Emenda do deputado Mazinho dos Anjos (PSDB), que deve ser analisada nesta quarta-feira (29), incluiu ainda os subsídios de Renato Casagrande (PSB), do vice, Ricardo Ferraço (PSDB), e dos secretários de Estado. A justificativa é de que a não inclusão causa impedimento para as categorias que têm como teto o vencimento do governador.

Outros projetos aprovados na sessão concedem o mesmo reajuste aos servidores da própria Assembleia Legislativa, da Defensoria Pública do Estado (DPES) e do Ministério Público Estadual (MPES). Os impactos financeiros apresentados nas propostas, referente a este ano, são R$ 365,6 milhões para o governo; 7,3 milhões para a Assembleia; R$ 2,7 milhões para a Defensoria; e R$ 7,8 milhões para o MPES.


O líder do Governo, Dary Pagung (PSB), citou durante a votação o “equilíbrio fiscal” e alegou que a gestão estadual concedeu reajuste em 2022 “a mais de 67 categorias, somando mais de R$ 32 milhões”. Mesmo tom apresentado na justificativa da proposta, exaltando que o reajuste “está de acordo com a política de valorização dos servidores públicos, alinhada com a capacidade financeira do Estado”.

Entre as poucas manifestações críticas de deputados, Camila Valadão alertou que a proposta, pelo contrário, não atende à demanda dos servidores, nem contemplou sequer os 5,6% relacionados à inflação. Ela também voltou a destacar as reivindicações por reajuste no auxílio-alimentação, congelado em R$ 300,00 desde 2018, e na diária de apenas R$ 112,00 para os servidores que precisam viajar e pernoitar em municípios distantes de suas residências.

Nesta terça-feira, o Sindipúblicos publicou uma carta com o título “Um debate além dos 5%”, lembrando que, apenas na gestão de Casagrande, de 2019 até agora, as perdas salariais já ultrapassam 20%. Ressalta, ainda, que o atual reajuste “mantém o processo de empobrecimento, ano após ano, do funcionalismo público estadual” e “ocasiona perda de mão de obra qualificada para outros estados da federação e para a iniciativa privada”. O presidente da entidade, Iran Caetano, que assina o documento, cobra que “o Governo do Estado adote uma real e efetiva política de valorização do funcionalismo público estadual”.

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