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Compra de adubo furtado entra na arena eleitoral em Rio Novo do Sul

Pré-candidato de oposição, Enildo Bananeiro afirma que caiu em uma “cilada” ao adquirir o material

Redes Sociais

O empresário Enildo Ferreira, mais conhecido como Enildo Bananeiro, viu-se obrigado a explicar uma situação controversa ocorrida essa semana em Rio Novo do Sul, cidade do sul do Estado. Enildo, que é apontado como pré-candidato a prefeito pelo Partido Liberal (PL) nas eleições deste ano, foi detido em uma operação da Polícia Militar (PM) para apurar a revenda de sacos de adubo furtados da Prefeitura de Itapemirim.

Bananeiro deu sua versão em um vídeo publicado nas redes sociais nessa quinta-feira (23). Ele afirma que comprou o material de uma pessoa da comunidade de Rodeio, em Iconha, com quem faz negócios há vários anos, e foi surpreendido em casa pela PM na quarta-feira (22).

“Estou triste com esse acontecido. Caí numa cilada, não sei quem foi que se envolveu, que fez isso comigo. Aconteceu que eu confiei numa pessoa […]. Comprei, paguei, mas não é o modo de trabalho que eu venho fazendo. Mas já está tudo esclarecido. Eu fui conversar com a pessoa [que vendeu o adubo], a pessoa deu depoimento, eles já sabem quem furtou”, afirma Enildo.

“Eu vim aqui pra dizer para esse pessoal que ‘tão querendo denegrir a minha imagem, que não vão conseguir. Porque nós somos da luta e do trabalho. Eu não mexo com esse tipo de coisa que ‘tão’ falando. […] Quem conhece Enildo Bananeiro em 30 anos de serviço sabe quem sou, sabe como eu sou e como eu faço. É honestidade e coisa certa. E vamos seguir com Deus na frente”, completa.

Enildo Bananeiro, que é bastante conhecido em Rio Novo do Sul, foi candidato a prefeito em 2020 pelo extinto Partido da Ordem Social (Pros), ficando em segundo lugar em uma disputa acirrada. Neste ano, ele não anunciou de forma explícita se entrará na disputa novamente, mas seu nome sempre aparece no mercado eleitoral. Na cidade, especula-se sobre a possibilidade de a denúncia da compra do material furtado ter sido feita com fins eleitoreiros.

Nenhum outro nome de oposição em Rio Novo do Sul além de Enildo tem aparecido no mercado eleitoral. Atualmente, a cidade é governada por Nei Castelari, prefeito com grande popularidade que tentará a reeleição este ano. Eleito pelo Progressistas (PP) em 2020, Castelari migrou para o Podemos e conta com o apoio do governador Renato Casagrande (PSB).

Com um cenário pouco movimentado na disputa para prefeito, as especulações em Rio Novo do Sul giram mais em torno de quais apoiadores cada eventual candidato deverá conseguir. A cidade é dividida entre os grupos políticos oriundos de Estevam Fiório e Siney Costa, dois ex-prefeitos que se revezaram no poder entre os anos 1980 e o início dos anos 2000.

Thiago Fiório (Podemos), neto de Estevam, foi prefeito de 2017 a 2020. Não querendo se reeleger, apoiou Enildo na última eleição. Dessa vez, tem aparecido em articulações com Nei Castelari, que é de seu partido. Já Rita Fiório, mãe de Thiago, é especulada para ser vice de algum dos concorrentes em outubro deste ano.

No lado de Enildo Bananeiro, um dos nomes cotados para compor a chapa é Maria Albertina (MDB), que foi prefeita de 2013 a 2016 e perdeu a reeleição para Thiago Fiório.

Itapemirim

Em Itapemirim, a situação envolvendo os sacos de adubo da prefeitura também tem reflexos políticos, tendo em vista que o furto de material em um local que está sob a guarda do poder público levanta suspeitas sobre a possível participação de pessoas que atuam na administração municipal – ainda que não necessariamente ligadas ao atual prefeito, Doutor Antônio (União).

Nos bastidores, adversários políticos de Doutor Antônio asseguram que o episódio é mais um desgaste para o prefeito, que tenta a reeleição em meio a um complicado mandato de dois anos, tendo em vista que assumiu após a cassação da chapa de Thiago Peçanha (PSB), em 2022.

Por outro lado, uma fonte que acompanha os meios políticos locais comenta que Itapemirim já está acostumada a escândalos políticos, com um histórico de diversos prefeitos cassados e às voltas com a Justiça, e a ocorrência, portanto, tende a ser minimizado pela maioria da população.

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