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Partidos se unem para debater ascensão conservadora no Estado

Evento organizado pelas Brigadas Populares terá convidados como Neto Barros (foto), Helder Salomão e André Moreira

“Como enfrentar a ascensão conservadora no Espírito Santo” é o tema de um debate que acontece online nesta quinta-feira (25), às 19h, por meio da página no Facebook das Brigadas Populares, movimento social de caráter nacional que atua no Estado.

Participam convidados de diferentes partidos e movimentos ligados à esquerda no Espírito Santo. Estarão presentes como debatedores o deputado federal Helder Salomão (PT), o prefeito de Baixo Guandu Neto Barros (PCdoB), o vereador de Vitória Roberto Martins (Rede), o advogado André Moreira (Psol) e as representantes de movimentos sociais Isabella Mamedi (Brigadas Populares) e Amanda Verediano (Consulta Popular). A transmissão também será simultânea nas páginas dos participantes e entidades que representam.

A pergunta norteadora da discussão será: “Como devemos enfrentar o momento político que vivenciamos no Espírito Santo”. No Estado, os resultados eleitorais de 2018 mostraram votação expressiva na extrema-direita tanto no atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como em seus aliados locais como Carlos Manato (ex-PSL), candidato a governador, e deputados, sendo que o PSL, então partido de Bolsonaro, elegeu a maior bancada da Assembleia Legislativa, com quatro deputados – Coronel Alexandre Quintino, delegado Danilo Bahiense, Torino Marques e Capitão Assumção, expulso recentemente da legenda.

Mesmo durante a pandemia, várias manifestações dos grupos de extrema-direita tem acontecido, especialmente em Vitória e Vila Velha, além de excursões de delegações capixabas para Brasília em apoio ao presidente.

Enquanto isso, nos bastidores também são feitas as articulações eleitorais para as eleições municipais que devem acontecer no final do ano, com cenário pouco favorável para as forças progressistas no Espírito Santo.

Isabella Mamedi entende que o país vive um momento de muita fragilidade, sendo que a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus colocou em xeque todo planejamento do governo Bolsonaro, que responde criando um cenário de instabilidade no qual se podem justificar medidas autoritárias e de cunho fascista.

Por outro lado, no âmbito estadual, ela considera que num primeiro momento o governo manifestou um enfrentamento à ausência de posições em nível federal, mas isso mudou ao longo da evolução da crise. “Durante a pandemia ele foi se deslocando, se aproximou da ala econômica capixaba, e esse antagonismo entre Governo Estadual e Federal foi se apagando, e o povo fica à mercê das decisões tomadas por eles”, critica.

A militante das Brigadas Populares avalia que falta para o campo da esquerda uma construção com mais unidade política diante do atual momento. “A ideia do debate é conseguir apresentar um plano mais unitário, quebrar as barreiras que existem entre os partidos não só no campo da resistência, mas também da proposição”.

Nesse sentido, ela enfatiza que ao contrário do âmbito nacional, quando foram conseguidas algumas importantes conquistas a partir do parlamento, por meio de articulações com a sociedade civil, no Espírito Santo o campo popular ainda não obteve vitórias na Assembleia Legislativa nem nas Câmaras Municipais no sentido de combater a crise social, política, econômica e de saúde.

Nesse sentido, ela aponta iniciativas que possam proteger os interesses do povo diante da pressão das elites econômicas pela flexibilização da quarentena, apesar dos casos de mortes e contágios não sinalizarem para uma diminuição. Ações para proteção e valorização dos profissionais de saúde que estão trabalhando fortemente no enfrentamento da pandemia, proteção social para os setores mais afetados, políticas que considerem as particularidades de mulheres, crianças, idosos e outros grupos sociais podem ser possíveis propostas surgidas a partir de diálogos de vários campos progressistas articulados.

“É um convite público, porque esperamos que do debate se comece a construir uma agenda que ultrapasse os partidos para dialogar para fora deles com o campo progressista”, alerta Isabella Mamedi.

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